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Franchising

Deiverson Migliatti, fundador da Sterna Café, tem história de vida inspiradora contada em livro

Fundador da maior rede de cafeterias premium de cafés especiais do Brasil, começou como estagiário da Casas Bahia e lança uma autobiografia em agosto

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Fundador do Sterna Café veste terno cinza, barba e cabelo curto, sorri para câmera sentado à frente a uma parede com pedaços do mapa mundi.

Neste mês de agosto, fundador do Sterna Café lança livro. Deiverson Migliatti, de 39 anos, é um paulista de São Caetano do Sul, formado em desenho industrial, e dono da maior rede de cafeterias  premium de café especiais do Brasil. A marca Sterna Café foi fundada em 2015, já foi chancelada com o selo de excelência da ABF franchising três vezes, e ganhou o prêmio de cafeteria revelação em 2017. São, hoje, mais de 80 franqueados em 9 estados do Brasil, em uma marca que fatura mais de R$ 50 milhões por ano. 

Porém, todo esse sucesso não veio fácil. Deiverson veio de uma origem pobre, e teve que fazer empréstimos para cursar faculdade e para abrir seu primeiro negócio. Diante de sua história inspiradora, o CEO lança agora, no mês de agosto, sua autobiografia “É preciso ter coragem para voar”, em que fala sobre sua trajetória e dá dicas de empreendedorismo. Acompanhe o bate-papo entre Deiverson e a equipe da Central do Varejo:

Como foi a sua trajetória até se tornar empreendedor?

Quando eu era criança, meu pai me levava na feira, e lá tinha várias pessoas que vendiam artesanato. Entre elas, uma banquinha me chamava a atenção: a que vendia moedas e dinheiro de outros países. Eu passava muito tempo observando e imaginando, ‘será que um dia eu vou ter condições de pegar um avião e viajar para esses países?’ Eu comecei a colecionar moedas, a gente comprava pouco, uma nota por semana, quando dava, e eu me tornei o mais jovem numismático [colecionador de moedas de outros países] da Sociedade Numismática Brasileira. 

Minha mãe vendia artesanato, meu pai perdeu o emprego várias vezes, e era difícil. Graças a Deus nunca faltou nada, mas é como eu digo, não tinha danoninho todo dia, era uma vez por mês, McDonald’s uma vez por ano. Eu não tinha dinheiro para escola particular, era só escola pública e estadual. Quando eu fiz 18 anos, peguei um financiamento estudantil para entrar na faculdade, porque meu pai não teria condições de pagar. Eu estudei desenho industrial, e depois de um tempo consegui um estágio pelo CIEE nas Casas Bahia. Eu ganhava 580 reais por mês, e eu pensei, nossa me dei mal, eu fiz inglês, espanhol, escola técnica, e estou aqui entregando panfleto. Pelo menos vou ser o melhor entregador de panfletos da Casas Bahia. 

Fundador do Sterna Café veste terno cinza, barba e cabelo curto, sorri para câmera sentado à frente a uma parede com pedaços do mapa mundi.

Em pouco tempo me subiram de cargo, e eu comecei a desenhar os flyers que entregaram nas lojas. Eu fui me destacando, e, com o tempo, viajava por todo o Brasil de helicóptero e avião para as outras unidades. Eu apresentei meu TCC para a loja, eles aprovaram, e virei embaixador por um bom tempo. Então, eu vendi meu carro e consegui US$ 11 mil, e fiz minha primeira volta ao mundo. Depois de 45 dias, eu voltei e já era outra pessoa. Eu tinha conhecido franquias do mundo inteiro, o varejo do mundo inteiro, e eu queria empreender. Voltar a andar de ônibus depois daquela viagem era diferente, mas tudo bem, continuei trabalhando. 

Até que no dia 1º de abril de 2009, no dia da mentira, eu até achei que era pegadinha, mas não era, eles me demitiram. Então, eu peguei um financiamento no Proger, fundo de financiamento do Banco do Brasil, com juros de 0,9% ao ano, e abri a primeira unidade do Subway, que estava começando em São Paulo. Quando você passa 5-6 horas no negócio todos os dias, ele dá certo. Depois foram mais unidades do Subway, do KFC, abri também uma temakeria e uma loja de acessórios femininos, mas aí começou a dar errado. Eu abri marcas que não tinha afinidade, e as pessoas me roubavam muito. Entravam quatro pessoas na loja para ver acessórios, e tinha uma quinta roubando, e eles só levavam as peças mais caras. Até que, nessa loja de acessórios femininos, eu quebrei e fali completamente.

Em 2015, eu queria ter uma marca minha, abrir um negócio totalmente do zero. A sterna é a ave que mais viaja no mundo, ela voa como daqui na lua sete vezes, e esse é o nome da loja. E a Sterna é uma ave corajosa, porque ela pesa como que 100 gramas, e esse é o nome do meu livro, “É preciso ter coragem para voar”.

Você, como fundador do Sterna Café, lança livro “É preciso ter coragem para voar”. Como foi escrever esse livro? De onde veio a ideia?

Eu recebi uma mensagem no Linkedin, e até achei que era golpe, mandei para minha assessora. E depois descobri que não, é uma empresa muito séria, fechamos o acordo, passei sete meses escrevendo o livro, e agora estamos lançando. Vou lançar na sexta-feira no ABC Paulista, que é de onde eu vim. Também vou estar na Bienal do Livro do Rio, e em São Paulo. 

É difícil às vezes abrir algumas gavetas, lembrar de momentos difíceis do passado, por exemplo, de golpes e falências que eu tive. Mas foi um trabalho interessante, em que eu dou muitas dicas para quem quer empreender, e mostro o caminho para que não cometam os mesmos erros que eu. 

Qual foi o segredo para fazer a Sterna Café ser a maior rede de cafés especiais do Brasil?

Me chamaram de louco quando eu disse que queria abrir uma empresa de café no país que é o maior produtor e consumidor de café do mundo. Mas 90% das pessoas tomam um café de má qualidade, café torrado, café expresso, café gourmet. Quando as pessoas vão na loja, elas falam ‘nossa, o café é cheiroso, é marrom, é gostoso’, e isso tem feito muito sucesso. As lojas são bonitas, em muitas têm até itens de coleção meus, que eu doei. Na capa do meu livro, também, todos carimbos são reais meus, dentro das páginas têm todos os carimbos que eu já tirei, escaneados em pdf.

No seu livro você fala de algumas dicas para quem quer empreender. Que dicas são essas?

As dicas que eu dou é não focar só no dinheiro, porque eu também não tinha capital, então se você está começando, é possível investir em uma franquia, eu fiz isso, eu não sabia nada sobre CNPJ, e queria alguém para poder ligar. Hoje em dia existem diversas franquias com financiamento com bancos, inclusive na Sterna, e nós temos histórias lindas de superação e empreendedorismo que só seriam possíveis por causa do financiamento. E hoje também existem as franquias de serviços, em que você não precisa gastar, só precisa do capital intelectual.

E a outra dica é investir em alguma coisa que se gosta, não fazer como eu, que não era um grande consumidor de temaki, nem gostava muito, e abri uma temakeria. Não sabia nada de moda feminina, e abri uma loja de acessórios femininos. Era a receita do fracasso, e eu segui. Então, minha dica é estudar bastante, entender como funciona, eu tenho troféu de maior vendedor da américa latina pelo Subway, maior vendedor de bebidas do Brasil, e eu não sou especial, não sou melhor do que ninguém, eu só pesquiso, descubro a receita do bolo e ele cresce. 

 

Lançamento na Bienal

Para o lançamento do “É preciso ter coragem para voar”, Migliatti marca presença no estande da Editora LVM, de 2 a 4 de setembro, com tarde de autógrafos, no sábado, 2, partir das 16h, para falar sobre sua trajetória, sobre o universo dos cafés especiais no Brasil e no mundo, como também dividirá um pouco de seu conhecimento sobre o produto, convidando o público presente a conhecer um pouco do saboroso universo do café, feito com grãos especiais.

 

Imagem: Assessoria