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Economia

Desafios e expectativas do pequeno varejo alimentar

Embora otimista, o pequeno varejo enfrenta dificuldades financeiras no cotidiano do seu negócio

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Máquina de pesar alimentos com frutas e legumes ao fundo; varejista

De acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com o Compra Agora, disponibilizada para o Central do Varejo, a maior parte dos pequenos varejistas alimentícios está otimista em relação ao futuro do seu negócio, e observa melhora no último ano. Porém, 95% deles têm algum tipo de problema financeiro. Entre os desafios do pequeno varejo, despesas, gestão e concorrência são apontadas como as coisas que mais tiram o sono dos gestores.

Dentro da porcentagem de 95%, ou seja, quase unanimidade de varejistas com problemas financeiros, 18% deles apontam despesas do negócio como causa de perda de sono, 15% aponta gestão financeira, 10% concorrência, 7% precificação, 6% crescimento e expansão e 6% dificuldades de acesso ao crédito.

Além disso, dentro de problemas financeiros, 3 em cada 10 estabelecimentos do varejo não possuem reserva de emergência. Somente 21% dos varejistas contam com uma reserva de emergência que seja capaz de garantir três meses ou mais de despesas.

Máquina de pesar alimentos com frutas e legumes ao fundo

Otimismo

Por outro lado, a pesquisa revelou um grande otimismo por parte dos pequenos varejistas alimentícios do país. 75% dos negócios sentem uma melhora em relação ao ano anterior. Ao mesmo tempo, 88% acredita que o negócio vai melhorar no próximo ano, o que representa 9 em cada 10 comércios. Um em cada quatro varejistas avalia, ainda, que o empreendimento melhorou muito, e 52% acredita que vai melhorar muito.

“A pesquisa mostra que, apesar do cenário recente que foi desafiador para o consumo das famílias, o varejo alimentar tem uma maior resiliência, prova disso é o varejo de vizinhança que está otimista e acha que negócio melhorou no último ano e vai melhorar no próximo”, explica Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.

Informalidade

O estudo ainda avaliou a relação do pequeno comércio varejista com a informalidade, ou seja, de ter, ou não, registro formal e conta bancária CNPJ. Como resultado, a pesquisa mostra que, apesar da grande maioria ser bancarizada, 3 em cada 10 estabelecimentos não possuem conta bancária como pessoa jurídica.

Tecnologia e comunicação

Sobre os meios de comunicação utilizados pelas empresas varejistas, o estudo revela que o principal canal de comunicação é o WhatsApp, com 68% dos negócios. Outros canais online são utilizados principalmente pelos mais jovens (80% de negócios pertencentes a pessoas jovens utilizam esse tipo de comunicação), e em negócios mais recentes (77% dos negócios de até cinco anos possuem canais online).

O presidente do Instituto Locomotiva fala sobre caminhos para superar os desafios do pequeno varejo: “O varejo é um consumo que cresce com o aumento da renda da classe D. Quando você coloca o dinheiro na base da pirâmide você alimenta o que chamamos de ciclo virtuoso da economia, e é o que o Governo Federal tem feito com iniciativas como o Bolsa Família, por exemplo. O sujeito que ganha dinheiro vai gastar no que quiser, aumentando o desempenho do varejo e refletindo na expectativa de que o negócio melhorou ou vai melhorar demonstrada na pesquisa”, afirma Meirelles.

Imagem: Envato