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Diversidade ainda é desafio no varejo, segundo SBVC

Pesquisa da SBVC mostra que apesar de grande parte dos varejistas terem mulheres, pretos e pardos na folha de pagamento, poucos estão no alto escalão

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Equipe de trabalho diversa em reunião; diversidade ainda engatinha no varejo

A nova edição do ranking das 300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro, elaborado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e obtido pela Central do Varejo, trouxe uma novidade. Agora, o estudo também trará dados sobre a diversidade na mão de obra das empresas varejistas.

Divulgado no último dia 15, o ranking da SBVC deste ano mostra informações sobre como as companhias abordam a situação de mulheres, pessoas pretas e pardas. É a primeira vez que este tema entra em pauta desde que o levantamento começou a ser produzido. “Em um período em que debates e ações práticas sobre diversidade, equidade e inclusão se tornam mais fortes e decisivas no comportamento dos consumidores, trazemos nossa contribuição para mostrar quem, de fato, tem feito acontecer no mercado nacional”, afirmou Eduardo Terra, presidente da entidade.

Diversidade: mulheres são maioria em diversas varejistas

De acordo com os dados divulgados pelo estudo, 53 empresas entre as 300 consultadas contam com mais de 50% de mulheres em sua folha de pagamento. Entre as que mais tem mulheres como contratadas, se destacam a fabricante de roupas íntimas Lupo (com 94% de funcionárias), seguidas da Vivara, com 87% de trabalhadoras, Farmácias Associadas (80%), Track&Field (79%) e Cacau Show (78%).

O setor do varejo que mais tem presença feminina, segundo o ranking da SBVC, é o de moda, com 12 varejistas entre as 50 líderes neste critério, um avanço em relação ao número mostrado na edição passada do estudo (eram 7). Outros segmentos que também empregam uma quantidade considerável de mulheres são drogarias e perfumarias e foodservice.

Se a presença feminina na força de trabalho não é pequena, os números de mulheres em cargos de chefia nas grandes varejistas também não ficam longe. A Usaflex é a que mais se destaca neste quesito, com 90% do seu conselho sendo formado por mulheres. Em seguida, aparece novamente a Vivara, com 82% de mulheres no corpo diretivo, a Drogaria Nissei (80%), Pernambucanas (75%) e Farmácia São João (74%). 

Segundo o ranking da SBVC, o número de empresas que contam com mais da metade dos cargos de chefia formados por mulheres saltou de 14, na edição passada, para 32, um crescimento importante, principalmente quando se leva em conta que as mulheres são a maioria da população brasileira, de acordo com o IBGE.

Pretos e pardos: ainda sub-representados no varejo

Embora a participação das mulheres venha crescendo bem em todos os setores do varejo brasileiro, as pessoas pretas e pardas ainda não têm espaço suficiente, tanto na força de trabalho qualificada quanto nos cargos de liderança. O ponto positivo é que, no ranking da SBVC, diversas empresas aparecem com bons números de contratação de pretos e pardos.

O Grupo Ramiro Campelo – Lojas Gualbim, rede baiana do segmento de eletromóveis, é o líder na contratação de pessoas negras, com 96% dos funcionários — e 93% nos cargos de chefia. A empresa é considerada pela SBVC um case de sucesso quando o assunto é inclusão, tanto pelo número de colaboradores quanto pela representatividade nos cargos de liderança.

No top 10 das empresas que têm mais funcionários pretos e pardos, também aparecem diversas companhias com alta representação negra em seus conselhos. A rede RiHappy/PB Kids, por exemplo, tem 72% de pessoas pretas e pardas em seu corpo diretivo, seguida pela rede D1000 (66%), Le Biscuit (60%) e Novo Mundo (57%).

Porém, existe um longo caminho a ser percorrido no setor varejista para que a diversidade cresça. Se, de acordo com o estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, feito pelo IBGE, 56,1% dos brasileiros são pretos ou pardos, apenas 23 empresas citadas no ranking da SBVC igualam ou superam esse percentual no seu quadro de funcionários. 

E quando se fala em cargos de chefia, o resultado é ainda mais discrepante, com apenas 8 empresas tendo negros como maioria em seus conselhos. Esses dados mostram como a desigualdade social latente diminui as oportunidades das pessoas mais pobres e, embora o quadro esteja melhorando no varejo, muita coisa ainda precisa ser feita.

Equipe de trabalho diversa em reunião; diversidade ainda engatinha no varejo

 

Imagem: Envato