Ecommerce: o que é e quais suas vantagens

O ecommerce apresentou grande crescimento no gosto do consumidor nos últimos tempos, principalmente após a pandemia da Covid-19. O faturamento do segmento no Brasil dobrou no período entre 2019 e 2023, com mais da metade das compras feitas através de dispositivos móveis, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).

Outro levantamento da associação também aponta que o ecommerce já atingiu a marca de 10% das vendas totais do varejo, com R$ 185,7 bilhões acumulados em transações durante todo o ano de 2023.

Neste artigo, explicaremos sobre os diferentes tipos de ecommerce, suas vantagens e desvantagens.

O que é ecommerce?

Ecommerce, ou comércio eletrônico, é um modelo de negócios onde vendedores e compradores realizam transações pela internet. Ele é caracterizado por sites que o consumidor navega em busca de produtos para comprar e vendedores do outro lado. Com ele, os clientes podem visualizar produtos, comparar preços e fazer compras e pagamentos on-line. 

O ecommerce proporciona transações fáceis e diretas, pois oferece a liberdade para os clientes fazerem compras 24 horas por dia, 7 dias por semana, em qualquer local. É simples para os comerciantes porque não exigem um espaço físico para suas lojas e podem atingir um mercado global.

Tipos de ecommerce

Existem diferentes tipos de ecommerce, e cada tipo atende a diferentes necessidades e os diferentes tipos de modelos de negócio. Alguns dos principais tipos de ecommerce incluem:

B2C (business to consumer)

O mais óbvio deles. É onde um negócio vende produtos para os consumidores e, portanto, as transições entre empresas e consumidores, por exemplo uma loja online, serviço de entrega de comida e um provedor de streaming de vídeo. 

B2B (business to business)

O tipo onde as empresas mantêm um relacionamento comercial e uma compra do outro, como um fornecedor que fornece uma matéria-prima a um produtor ou uma plataforma de empresas de serviços para empresas. 

C2C (consumer to consumer)

É onde o consumidor vende diretamente para outros consumidores, como um leilão online ou um mercado de produtos usados.

C2B (consumer to business)

Aqui, os consumidores oferecem produtos ou serviços para empresas. Um exemplo seria um influenciador digital que oferece seus serviços de marketing para marcas.

G2C (government to consumer)

Este tipo envolve transações entre órgãos governamentais e cidadãos, como pagamento de impostos online e renovação de documentos.

G2B (government to business)

Envolve transações entre o governo e empresas, como licitações públicas e pagamento de taxas.

E-commerce e marketplace: quais são as diferenças?

Por serem ambos processos que envolvem transações online, é comum ecommerce e marketplace serem confundidos. No entanto, existem diversas diferenças relevantes entre os dois conceitos. Confira a seguir:

Propriedade e operação

No ecommerce, uma única empresa é proprietária da plataforma de vendas e dos produtos ou serviços oferecidos. Ela é responsável por todo o processo, desde a gestão do site até a entrega dos produtos. Em contraste, um marketplace é uma plataforma onde múltiplos vendedores podem listar e vender seus produtos ou serviços. O marketplace atua como intermediário, facilitando as transações entre compradores e vendedores, mas não possui estoque próprio.

Controle sobre o catálogo de produtos

Se no ecommerce a empresa tem controle total sobre os produtos ou serviços que oferece, desde a seleção até a precificação, em um marketplace, os vendedores individuais são responsáveis por seus próprios catálogos de produtos. Isso resulta em uma variedade mais ampla de produtos disponíveis, mas também em uma menor consistência e controle sobre a qualidade e os preços.

Gestão de estoque e logística

A empresa é responsável pelo gerenciamento de estoque, processamento de pedidos e entrega dos produtos no ecommerce. Já no marketplace, cada vendedor é responsável pelo seu próprio estoque e pela entrega dos produtos, embora o marketplace possa oferecer serviços de logística para facilitar esse processo.

Relacionamento com o cliente

Em um marketplace, os clientes podem interagir diretamente com os vendedores, e o marketplace geralmente tem menos controle sobre a experiência do cliente. Por sua vez, no ecommerce, a empresa tem um relacionamento direto com os clientes, podendo personalizar a experiência de compra e construir uma marca forte. 

Modelo de receita

No ecommerce tradicional, a empresa obtém receita principalmente através das vendas diretas de produtos ou serviços. O marketplace permite mais fontes de receita, como taxas de transação, comissões sobre vendas, publicidade paga e serviços adicionais oferecidos aos vendedores.

E-commerce e loja virtual não são a mesma coisa!

Os conceitos de ecommerce e loja virtual também se confundem, principalmente pelas suas similaridades. Acompanhe as diferenças entre eles:

Abrangência do conceito

Ecommerce é um termo amplo que engloba todas as transações comerciais conduzidas eletronicamente, incluindo não apenas a venda de produtos ou serviços, mas também pagamentos online, transações empresariais, etc. 

Por outro lado, uma loja virtual é uma parte específica do ecommerce, referindo-se especificamente a uma loja online onde os consumidores podem comprar produtos ou serviços.

Escopo de Operação

Como já vimos, o ecommerce permite uma ampla gama de transações, tanto de empresa para consumidor (B2C), empresa para empresa (B2B), C2C (consumidor para consumidor), entre diversos outros.

Já a loja virtual costuma ser a operação de varejo online de uma empresa, onde ela vende diretamente para consumidores finais.

Natureza da plataforma

Uma loja virtual é uma plataforma específica criada para permitir que uma empresa venda seus produtos ou serviços online. Ela pode ser construída internamente pela empresa ou pode ser uma solução de terceiros, como Shopify, Nuvemshop, Tray, entre outras. 

Por outro lado, o ecommerce engloba uma variedade de plataformas e modelos de negócios, incluindo também lojas virtuais, bem como marketplaces, leilões online, entre outros.

Vantagens do e-commerce para um negócio

Alcance sem fronteiras

O ecommerce permite que as empresas alcancem o público do mundo todo, eliminando limitações geográficas das lojas físicas e expandindo seu mercado potencial.

Disponibilidade o tempo todo

Uma loja virtual está aberta 24 horas por dia, 7 dias por semana, permitindo que os clientes façam compras a qualquer momento, aumentando a conveniência e acessibilidade dos produtos ou serviços oferecidos.

Redução dos custos operacionais

Optar pelo ecommerce pode reduzir consideravelmente os custos operacionais, eliminando a necessidade de aluguel de espaço físico, equipes extensas de vendas e despesas associadas às operações tradicionais de varejo.

Experiência do cliente personalizada

As empresas podem utilizar dados de clientes para personalizar a experiência de compra online, oferecendo recomendações de produtos personalizadas e promoções direcionadas, aumentando a satisfação do cliente e as taxas de conversão.

Mais escalabilidade

O ecommerce permite que as empresas dimensionem facilmente suas operações para atender à demanda crescente, sem as restrições físicas de uma loja tradicional, possibilitando um crescimento mais ágil e eficiente.

Análise de dados avançada

As plataformas de ecommerce oferecem ferramentas poderosas de análise de dados, permitindo que as empresas obtenham insights sobre o comportamento do cliente, tendências de compra e desempenho de vendas, facilitando a tomada de decisões.

Desvantagens do ecommerce

Nem tudo são flores. O ecommerce oferece muitas vantagens para um negócio, mas também tem pontos negativos a se considerar. Veja alguns deles:

Concorrência acirrada

O ambiente online é altamente competitivo, com inúmeras empresas lutando pela atenção dos consumidores. Isso pode dificultar a diferenciação da marca e exigir esforços adicionais em marketing e estratégias de posicionamento.

Dependência de tecnologia

O sucesso do ecommerce depende fortemente de infraestrutura tecnológica confiável. Problemas técnicos, como falhas no site, lentidão ou problemas de segurança, podem prejudicar a experiência do cliente e afetar negativamente as vendas.

Segurança e privacidade

A segurança dos dados do cliente é uma preocupação importante no e-commerce, com o risco de violações de dados e fraudes online. As empresas precisam investir em medidas robustas de segurança cibernética para proteger as informações confidenciais dos clientes.

Barreiras de confiança

Para alguns consumidores, especialmente aqueles menos familiarizados com compras online, pode haver uma barreira de confiança ao comprar em uma loja virtual. A falta de interação pessoal e a preocupação com a autenticidade dos produtos podem desencorajar algumas pessoas de fazer compras online.

Custos de entrega e logística

A logística de entrega pode ser um desafio para empresas de e-commerce, especialmente aquelas que operam internacionalmente. Custos de frete elevados, atrasos na entrega e problemas de logística podem impactar negativamente a experiência do cliente e os custos operacionais.

Experiência de compra limitada

Embora o ecommerce ofereça mais conveniência, alguns consumidores ainda preferem a experiência tátil de comprar em uma loja física, onde podem ver, tocar e experimentar os produtos antes de comprar. Isso pode ser uma limitação para certos tipos de produtos ou para consumidores com preferências de compra específicas.

10 passos para criar um ecommerce

Criar um ecommerce envolve várias etapas, desde a concepção da ideia até o lançamento e o aperfeiçoamento contínuo. Separamos algumas etapas que podem ajudar na implementação. Confira:

Pesquisa de mercado e planejamento

Comece pesquisando o mercado e identificando uma oportunidade de negócio viável. Analise a concorrência, identifique seu público-alvo, defina sua proposta de valor e estabeleça metas claras para seu e-commerce.

Escolha do nicho e mix de produtos

Determine o nicho de mercado que deseja atender e selecione os produtos ou serviços que planeja vender. Considere fatores como demanda do mercado, margens de lucro e competitividade ao fazer essa escolha.

Registro do negócio

Registre seu negócio de acordo com as leis e regulamentos locais. Isso pode incluir a obtenção de um nome comercial, registro de empresa, licenças e permissões necessárias.

Escolha da plataforma

Escolha uma plataforma de ecommerce que atenda às necessidades do seu negócio. Considere aspectos como custo, facilidade de uso, recursos oferecidos e escalabilidade ao fazer sua escolha.

Desenvolvimento e design do site

Personalize sua plataforma de e-commerce de acordo com a identidade visual da sua marca e as necessidades do seu público-alvo. Isso inclui design de site, configuração de pagamento, integração de sistema de gerenciamento de conteúdo (CMS) e implementação de recursos de segurança.

Adquira e gerencie estoques

Selecione seus fornecedores e adquira estoques dos produtos que planeja vender. Desenvolva um sistema eficiente de gerenciamento de estoque para rastrear o inventário, gerenciar pedidos e garantir uma oferta consistente de produtos para seus clientes.

Implemente estratégias de marketing

Desenvolva e implemente estratégias de marketing para atrair tráfego para o seu site e converter visitantes em clientes. Isso pode incluir otimização de mecanismos de busca (SEO), marketing de conteúdo, publicidade paga, mídia social e marketing por e-mail.

Teste antes do lançamento

Antes do lançamento oficial, teste todas as funcionalidades do seu site, como o processo de checkout, funcionalidades de pagamento e navegação do usuário. Corrija quaisquer problemas ou bugs identificados durante o teste.

Suporte ao cliente e atendimento pós-venda

Estabeleça um sistema de suporte ao cliente para responder às perguntas e preocupações dos clientes. Além disso, forneça um serviço de atendimento pós-venda de qualidade para garantir a satisfação do cliente e promover a fidelidade à marca.

Avaliação e ajustes constantes

Monitore o desempenho do seu e-commerce, analise as métricas e faça ajustes se necessário, para otimizar a experiência do cliente e maximizar as vendas. Esteja aberto a feedback dos clientes e esteja sempre buscando maneiras de melhorar seu negócio.

Imagem: Freepik