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Estudantes brasileiros recebem nota baixa em criatividade. Como mudar esse quadro?

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Recentemente, chamou a atenção os resultados do PISA, avaliação internacional da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que é referência em índices educacionais, em que os estudantes brasileiros ficaram abaixo da média internacional no desempenho em criatividade. Entre os 64 países participantes, o Brasil ficou em 44º lugar. A avaliação procurou medir a criatividade de estudantes de 15 anos na solução de problemas sociais e científicos. Quase 55% dos alunos tiveram baixo rendimento em criatividade. Os estudantes mais ricos ficaram bem à frente dos mais pobres, e as meninas, à frente dos meninos. O assunto foi matéria do Jornal Nacional, e realmente devemos nos preocupar.

Em um mundo no qual a inovação tecnológica constante torna cada vez mais difícil saber quais competências e habilidades serão necessárias aos profissionais do futuro, que atuarão em carreiras que ainda nem existem, é consenso que a criatividade será uma das mais fundamentais. Justamente porque a criatividade é a habilidade de “pensar fora da caixa”, imaginar alternativas, e criar soluções, o que propicia a inovação, a competitividade, a solução de problemas e a adaptação às mudanças. Todas as necessidades das empresas na busca por sua sustentabilidade como negócio a longo prazo.

Por isso, o processo de seleção e atração de talentos das empresas estão cada vez mais de olho na criatividade dos candidatos. Esse é hoje um grande diferencial para quem quer se destacar no mercado. E, embora ainda haja a percepção de que ser criativo é uma habilidade inata, tem gente que nasce com ela ou não, a criatividade pode ser desenvolvida, de preferência desde cedo, e a escola é o ambiente ideal para isso.

A criatividade pode e deve ser ensinada na escola, de forma transversal ao currículo, aparecendo nas diferentes matérias. Também, e talvez principalmente, nas exatas. Na matéria do JN temos um ótimo exemplo de uma professora que usa a criatividade, entendida como várias formas de chegar ao mesmo resultado, para ensinar matemática. “A ideia aqui não é ter uma ideia única, engessada. É cada um trazer a sua contribuição com seu pensamento, com o seu raciocínio e os outros irem pegando e agregando. E, assim, a gente descobrindo novas estratégias de chegar ao resultado”, diz a professora Edjane. Essa fala se aplica perfeitamente quando pensamos em uma empresa, não? É exatamente isso que se espera de equipes prontas para encarar os desafios do futuro nas maiores líderes empresariais.

Uma das coisas que eu mais gosto no método Kumon é justamente que ele não coloca uma dicotomia entre o pensamento matemático/lógico e o pensamento criativo. Ele desenvolve nos alunos a capacidade de estudo e o autodidatismo. Se, antes de estimularmos a criatividade nos alunos, fomentarmos sua habilidade de estudar de forma autônoma, a criatividade será naturalmente desenvolvida.

A criatividade pode ser considerada um “output” de uma pessoa, seja nas artes, na solução de problemas sociais, na resolução de questões corporativas ou em qualquer outra área. Contudo, para ter um “output”, é necessário primeiro ter um “input”, que é alcançado por meio da capacidade de estudar de maneira independente. Um exemplo concreto desse conceito seria uma pessoa que, desde a infância, lê muitos livros sobre diversos temas, acumulando um vasto “input” de informações que, somado às suas vivências pessoais, pode resultar em grande criatividade na solução de problemas ou na expressão de sentimentos por meio da arte.

Dessa forma, o método Kumon se destaca não apenas proporcionar conhecimentos específicos, mas também ao promover uma aprendizagem contínua e autodidata, essencial para o desenvolvimento pleno da criatividade. Seu objetivo é desenvolver as habilidades dos alunos ao máximo limite, formando assim pessoas capazes de enfrentar desafios, tomar decisões e contribuir para a sociedade.

Junto a programas como o Kumon, recomendo que os pais invistam também em outras atividades para os filhos que estimulem a criatividade. Artes em geral são muito valiosas: pode ser desenho, música, teatro… Não existe essa coisa de “pessoas de humanas” e “pessoas de exatas”, todos temos capacidades lógicas e criativas que podem ser estimuladas, e cada vez mais as pessoas que se destacam combinam esses diversos tipos de pensamento.

Leia também: Quais habilidades garantirão um bom emprego em 2050?

Imagem: Envato



(*) Julio Segala
. Atua no franchising há 29 anos, graduado em Engenharia Elétrica, Matemática e Física, Mestre em Engenharia, Pós-Graduado em Gestão de Negócios, atualmente Vice-presidente de Operações no Kumon América do Sul, membro dos comitês de Micro franquias & Novos Modelos e Educação da ABF e instrutor dos programas de capacitação da ABF.

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