Operação

Faturamento do varejo cresce 2% em outubro, enquanto fluxo de clientes recua

Publicado

on

métodos de pagamentos; transações; serviços financeiros; UPI; varejo outubro

O varejo brasileiro registrou em outubro um cenário de queda no movimento de consumidores, mas avanço nas vendas. Dados do Índice de Performance do Varejo da HiPartners mostram que, na comparação com outubro de 2024, o fluxo de visitação diminuiu 14% em lojas de shoppings e 11% no varejo de rua. Mesmo assim, o faturamento total subiu 2% no período. O desempenho foi puxado pelas lojas de rua, que cresceram 5%, enquanto os estabelecimentos em centros comerciais avançaram 0,3%.

O ticket médio apresentou aumento nacional de 4%. Nas lojas de rua, o valor médio das compras subiu 6%, e nos shoppings, 2,5%. De acordo com o levantamento, o resultado indica que os consumidores estão comprando menos vezes, porém gastando mais a cada visita. Regionalmente, houve crescimento no faturamento no Nordeste e Centro-Oeste, ambos com alta de 5%, seguido pelo Norte, com 3%, e pelo Sudeste, com 2%. O Sul foi a única região a registrar queda, de 2%.

O desempenho de outubro representa desaceleração em relação a setembro, quando havia maior equilíbrio entre fluxo e faturamento. Segundo a HiPartners, a proximidade das datas promocionais, a oferta multicanal e o comportamento mais seletivo do consumidor contribuíram para o movimento de menor frequência às lojas e maior busca por compras planejadas.

A diferença entre o desempenho das ruas e dos shoppings sugere que preço e conveniência seguem influenciando a decisão de compra, favorecendo locais de acesso mais simples e custos operacionais menores.

Na análise por segmentos, apenas dois setores registraram avanço em comparação com outubro de 2024: tecidos, vestuário e calçados, com alta de 2%, e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com 3%. Os demais segmentos tiveram queda, refletindo menor visitação e cautela na compra de itens não essenciais. Apesar disso, o varejo manteve crescimento nominal das vendas por meio de estratégias voltadas ao aumento do ticket médio e à melhora da conversão.

“Os dados de outubro mostram que o varejo segue sob forte pressão. Mesmo com movimentos de melhora, o comportamento do consumidor permanece cauteloso, e isso exige dos lojistas um nível ainda maior de precisão na gestão. Eficiência financeira deixou de ser vantagem e virou condição para atravessar o cenário atual de margens apertadas”, afirma Henrique Carbonell, fundador e CEO da F360, empresa responsável pelos dados de vendas e faturamento.

“Em 2025 temos um cenário de inflação mais controlada e a taxa de desemprego em queda gradual, o que ajuda a descomprometer o bolso do consumidor brasileiro. Ainda assim, as empresas de varejo devem ver a tecnologia como core, servindo como alavanca não apenas para produtividade, mas também para eficiência de custos, ganho operacional e criação de novas avenidas de receita para que, mesmo em tempos mais pressionados, as margens sejam preservadas”, diz Flávia Pini, sócia da HiPartners.

Imagem: Freepik

Continue Reading
Comente aqui

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *