Ferrero adquire WK Kellogg por US$ 3,1 bi

A Ferrero, gigante italiana do mercado de chocolate, vai assumir uma das mais antigas empresas de cereais matinais dos Estados Unidos, comprando a fabricante dos Corn Flakes da Kellogg por US$ 3,1 bilhões.

A Ferrero afirmou que planeja investir e expandir as marcas “icônicas” da WK Kellogg, que incluem Froot Loops e Rice Krispies. A empresa vem buscando expandir sua atuação nos últimos anos, tendo adquirido o negócio de confeitaria da Nestlé e diversas outras empresas do setor alimentício.

No entanto, com essa nova aquisição, a marca assume um portfólio que enfrenta desafios, como o aumento dos preços e preocupações com a saúde, que têm reduzido a popularidade dos cereais matinais em caixas.

Fundada em 1946, a Ferrero é uma das maiores empresas do mercado global de chocolates, com mais de 30 marcas vendidas em todo o mundo, entre elas Nutella, Kinder, Tic Tac e outras guloseimas como Jelly Belly e Trolli.

A nova aquisição dará à empresa, que já conta com mais de 14 mil funcionários na América do Norte, uma posição dominante no mercado de cereais matinais dos EUA.

A companhia informou que está pagando US$ 23 por ação da WK Kellogg, em dinheiro. As notícias de que o acordo era iminente fizeram as ações da empresa subirem mais de 56% nas negociações da noite anterior.

O CEO Lapo Civiletti afirmou que a operação irá complementar a atual linha de produtos da Ferrero, “expandindo a presença da Ferrero em mais ocasiões de consumo”.

Gary Pilnick, presidente da Kellogg, disse esperar que o negócio ofereça mais recursos à empresa, e que a Ferrero — por ser uma companhia privada e não estar sujeita às pressões do mercado público — oferecerá “um ótimo lar para nossos colaboradores”.

O fundador da Kellogg, Will Keith Kellogg, que iniciou a empresa em Michigan há quase 120 anos, é amplamente considerado o inventor dos cereais de flocos de milho (corn flakes).

Seus mascotes, como Tony, o Tigre, dos Frosted Flakes, ajudaram a tornar a Kellogg uma das empresas americanas mais reconhecidas do século 20.

No entanto, a empresa, que também fabrica as marcas Kashi e Raisin Bran, viu suas vendas estagnarem nos últimos anos e acumula mais de US$ 500 milhões em dívidas.

Em 2023, a Kellogg foi desmembrada de sua antiga controladora, responsável pelos negócios internacionais e de snacks, que passou a se chamar Kellanova e foi posteriormente vendida à gigante de confeitaria Mars por US$ 36 bilhões.

Com o aumento do custo de vida, muitas famílias também passaram a optar por marcas próprias de supermercados, mais baratas que as marcas tradicionais.

O setor também passou a enfrentar pressão do governo Trump, que tem como alvo corantes artificiais usados em marcas como Froot Loops, como parte da campanha “Torne a América Saudável Novamente”.

A Kellogg informou que removerá os corantes sintéticos dos cereais consumidos em escolas até o ano letivo de 2026-2027. No entanto, ainda não definiu um cronograma para retirar os aditivos dos produtos vendidos ao público em geral.

Imagem: Divulgação
Informações: Osmond Chia & Natalie Sherman para BBC News
Tradução livre: Central do Varejo