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Operação

Fluxo de caixa: o que é e como aplicá-lo no varejo

Ferramenta permite a avaliação de entradas e saídas de recursos e uma melhor projeção de gastos e investimentos

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Mulher pegando dinheiro na caixa registradora; Boletim Focus; Monitor do PIB

No cotidiano de um negócio, manter a saúde financeira é de suma importância. Para essa finalidade, os empreendedores podem contar com uma ferramenta crucial de planejamento e controle financeiro conhecida como fluxo de caixa.

O objetivo desse instrumento é rastrear os valores disponíveis no momento presente e projetar as finanças futuras, garantindo que haja sempre capital de giro acessível para cobrir os custos operacionais da empresa, como salários, impostos, fornecedores, e também para investir em melhorias, como aprimorar o layout da loja, por exemplo.

No contexto do varejo, o fluxo de caixa envolve:

1. Registros de todas as entradas de dinheiro, como vendas realizadas à vista em dinheiro, por meio de cartões de crédito/débito, ou vendas parceladas, assim como o recebimento de duplicatas e outras receitas.

2. Registros de todas as saídas de dinheiro, incluindo compras de mercadorias à vista ou a prazo, pagamento de duplicatas, despesas operacionais e outros dispêndios.

3. Projeções de entradas e saídas de dinheiro esperadas para o futuro, geralmente abrangendo um período de pelo menos três meses.

Os benefícios do fluxo de caixa para o varejo são inúmeros. Ele proporciona aos lojistas uma visão clara das finanças atuais e futuras, permitindo antecipar decisões cruciais, como despesas, sem prejudicar a margem de lucro. Além disso, o fluxo de caixa auxilia na elaboração de planos de investimento, na organização de promoções para otimizar estoques e na avaliação da necessidade de recorrer a empréstimos ou negociar prazos com fornecedores, minimizando potenciais apertos financeiros.

A estrutura do fluxo de caixa pode variar conforme a natureza do varejo e as necessidades do lojista. O resultado do fluxo de caixa é o saldo disponível, representando a diferença entre os valores recebidos e os pagamentos realizados durante um determinado período. O saldo do fechamento de caixa deve ser igual ao montante de dinheiro disponível em caixa ou depositado nas contas bancárias da empresa.

Uma vez que o fluxo de caixa da loja esteja claro, os empreendedores podem tomar decisões embasadas na realidade, incluindo:

  • Registrar diariamente todas as vendas e despesas;
  • em situações de déficit financeiro, avaliar a necessidade de capital de giro;
  • se houver um saldo positivo, considerar investir na expansão ou aprimoramento do negócio;
  • incluir projeções de pagamentos e recebimentos futuros;
  • em caso de saldo negativo, reavaliar a situação e examinar a necessidade de capital de giro.

É importante destacar que o saldo do fluxo de caixa não necessariamente reflete o lucro ou prejuízo das operações do varejo. Eventos extraordinários ou sazonais podem afetar o saldo temporariamente, tornando essencial a análise ao longo do tempo para identificar tendências.

Aconselha-se verificar diariamente o saldo final do fluxo de caixa, uma vez que saldos elevados, tanto positivos quanto negativos, podem indicar a necessidade de aprimorar a gestão financeira.

Se o saldo for negativo, é vital examinar os custos e considerar possíveis renegociações com fornecedores. No caso de um saldo positivo, pode ser prudente investir os recursos disponíveis para gerar rendimentos até que sejam necessários para pagamentos futuros.

A análise do fluxo de caixa permite ao varejista traçar estratégias para o crescimento do negócio e evitar situações financeiras desfavoráveis. Deficiências nos prazos de recebimento e pagamento podem ser antecipadas por meio dessa análise, preparando o empreendedor para enfrentar desafios financeiros, como no exemplo a seguir:

Suponha que um proprietário de uma loja de tecidos compre mercadorias no valor total de R$ 1.000,00 em 5 de janeiro, com pagamento ao fornecedor agendado para 5 de fevereiro. As mercadorias são vendidas em 25 de janeiro, com pagamento parcelado em duas vezes: a primeira parcela com 30 dias e a segunda com 60 dias. Nesse cenário, o fluxo financeiro se desenrolaria da seguinte forma:

  • 05/01: Compra de mercadorias (-R$1.000,00)
  • 25/01: Venda de mercadorias (+R$500,00)
  • 05/02: Pagamento ao fornecedor (-R$1.000,00)
  • 25/02: Recebimento da primeira parcela (+R$500,00)
  • 25/03: Recebimento da segunda parcela (+R$500,00)

No exemplo acima, o varejista enfrenta um descompasso entre o pagamento ao fornecedor e o recebimento da venda, resultando em um saldo negativo de R$1.000,00 em 5 de fevereiro. Através do fluxo de caixa, o empresário pode antecipar essa situação e se preparar para cobrir o pagamento, mesmo antes de receber do cliente.

Controlar e gerenciar o fluxo de caixa é fundamental para embasar decisões financeiras sólidas na gestão do varejo. Empréstimos e descontos de duplicatas são alternativas viáveis em situações de aperto, mas devem ser abordados com cautela, evitando comprometer o futuro financeiro do negócio. É crucial analisar essas opções de forma minuciosa para garantir que as dívidas não ultrapassem a capacidade de pagamento, evitando dificuldades futuras.

Mulher pegando dinheiro na caixa registradora; fluxo de caixa

Imagem: Freepik

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