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Gigantes do e-commerce da China devem continuar dominando o comércio global nos próximos cinco anos, dizem analistas

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Vendas no varejo online; e-commerce com lojas físicas

As gigantes do e-commerce da China devem continuar dominando o comércio internacional pelos próximos cinco anos, impulsionadas pela forte base industrial do país e por sua logística altamente eficiente, segundo analistas do setor.

As plataformas chinesas de comércio eletrônico se beneficiam de uma vantagem estrutural, principalmente devido ao alto volume de produtos fabricados no país, afirmou Chia Yi Han, consultor principal da Frost & Sullivan, em entrevista ao Retail Asia.

“Se olharmos para os produtos que temos em casa, a maioria vem da China”, disse Chia.
“É uma questão de oferta e demanda. A produção na China é gigantesca, e isso dá às empresas chinesas de e-commerce uma vantagem significativa.”

Além disso, a China possui um ecossistema logístico altamente desenvolvido, o que permite uma distribuição eficiente para os mercados globais.

“Nenhuma empresa pode ser mais eficiente do que aquelas que operam diretamente na origem dos produtos”, acrescentou Chia.

Infraestrutura logística e liderança global no e-commerce

A infraestrutura logística integrada da China, que inclui hubs de distribuição e processamento alfandegário, reforça a posição do país no mercado global.

Atualmente, a China possui a maior população de compradores digitais do mundo e lidera o setor de e-commerce, superando os Estados Unidos em mais de US$ 486 bilhões em receita.

Segundo dados da plataforma alemã Statista, o volume de transações no comércio eletrônico da China atingiu US$ 6,56 trilhões (¥46,83 trilhões) em 2023, um aumento em relação aos US$ 6,14 trilhões (¥43,83 trilhões) em 2022.

O crescimento acelerado das plataformas chinesas nos últimos 18 meses foi impulsionado pelas mudanças nos hábitos de consumo, destacou Lionel Berthe, CEO da região Ásia-Pacífico da Asendia Management SAS, empresa global de e-commerce e entregas postais.

“As plataformas chinesas aproveitaram a demanda dos consumidores por produtos mais acessíveis, permitindo que capturassem uma grande fatia do crescimento do e-commerce”, explicou Berthe.

Impacto no comércio global e desafios logísticos

O aumento do volume de transações transfronteiriças colocou novas exigências sobre as cadeias de suprimentos globais, segundo Berthe.

“Com esse grande aumento nos fluxos internacionais, há riscos potenciais de gargalos logísticos”, alertou.

Grandes players globais também estão reagindo ao avanço da China no setor, copiando modelos de sucesso usados por plataformas chinesas, como a Temu, que vende produtos altamente descontados, enviados diretamente da China.

Berthe destacou ainda que mudanças nas políticas comerciais de mercados estratégicos podem impactar o crescimento do e-commerce global, uma vez que muitos governos buscam proteger produtos nacionais.

China seguirá dominando o e-commerce global no curto prazo

Apesar desses desafios, tanto Chia quanto Berthe acreditam que a China continuará liderando o comércio eletrônico global nos próximos anos.

Embora a descentralização da produção para países como Índia, Vietnã e Indonésia possa afetar as dinâmicas do comércio global no longo prazo, a infraestrutura robusta e a escala da China ainda a mantêm muito à frente.

“Essa transição é algo que precisa acontecer a longo prazo”, disse Chia. “Pelo menos pelos próximos cinco anos, a China continuará liderando o e-commerce transfronteiriço.”

Imagem: Envato
Informações: Jaleen Ramos para Retail Asia
Tradução livre: Central do Varejo

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