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Golpes digitais cresceram 35% em 2023

Número de ocorrências cresceu de 25% a 35% no ano de 2023, segundo dados da ADDP

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Mulher segurando cartão de crédito e smartphone nas mãos; conceito de golpes digitais

Chegamos ao fim de 2023, momento adequado para o primeiro balanço dos golpes digitais no ano e as perspectivas para 2024, sobretudo se o aplicativo que acaba de ser lançado pelo Governo Federal para o bloqueio de celulares “roubados ou perdidos” será eficaz para combater as tentativas de fraudes.

A ADDP (Associação de Dados Pessoais e Consumidor) monitora as ocorrências de golpes digitais por meio de vários indicativos, como dados do Fórum Nacional de Segurança Pública, relatórios de consultorias como Kaspersky, dados de Procons e outros institutos. “Obviamente que, números definitivos sobre o ano de 2023 serão disponibilizados durante o primeiro semestre de 2024, mas já é possível lançar algumas conclusões”, adverte Francisco Gomes Junior, advogado especialista em golpes digitais e presidente da ADDP.

Em 2023 houve um aumento entre 25% e 35% no número de golpes digitais e de vítimas, assim como crescimento de ocorrências policiais, o que significa que as pessoas lesadas ganham consciência da importância de lavrar o Boletim de Ocorrência para comunicar a autoridade policial e solicitar a respectiva investigação.

Os golpes bancários lideram a lista de golpes no ano, oriundos de dois tipos de situação, o furto/roubo do celular com posterior acesso aos dados bancários da vítima e o acesso da conta por fraude (seja por meio de ligação telefônica ou link malicioso). Nesse sentido, o aplicativo governamental será de grande valia, explica Gomes Junior. “Em caso de furto ou roubo do celular há a expectativa de que em 10 minutos todos os acessos, inclusive bancários, sejam bloqueados, o que limita a ação dos golpistas, afirma o advogado.

Ao longo de 2023 outros golpes apresentaram crescimentos:

Golpe do falso emprego – quando, por meio de SMS ou WhatsApp, acontece a oferta de um emprego bom, de meio período, para trabalhar em casa e com boa remuneração. Obviamente trata-se de um golpe, onde se visa a obtenção de dados pessoais e muitas vezes o pagamento de taxas, que são destinadas para contas de golpistas;

Golpe do link malicioso – por meio de mensagens simulando ser o banco ou mesmo comunicando sobre algum benefício ou auxílio social se pede o contato por meio de um número telefônico que vem em forma de link, para que a pessoa clique em cima. Ao clicar acontece a instalação de um malware, um software malicioso que irá roubar os dados pessoais do celular;

Golpe da maquininha – esse golpe se tornou comum em grandes eventos e aglomerações e possui mais de uma modalidade. Na mais comum, ao efetuar uma compra com um ambulante, a pessoa entrega o cartão para pagamento e em fração de segundos o cartão é trocado sem que a vítima perceba e quando perceber será tarde. Outra modalidade é chamada de “chupa senha”, quando se insere o cartão, se digita a senha e se tem a mensagem de que a compra é inválida. Na realidade, a máquina está adulterada e a senha digitada fica gravada, permitindo uma série de operações fraudulentas com o cartão da vítima.

“Quando o cenário mostra crescimento no número de golpes e de vítimas, ano a ano, a conclusão óbvia parece ser a de que as dicas de especialistas, as publicidades efetuadas pelos bancos e outros meios de prevenção não estão sendo efetivas como deveriam. Talvez porque sempre haja repetição em lugares comuns que não mostram resultados. A ADDP ingressa com ações coletivas, que possam beneficiar a toda sociedade e responsabilizar as entidades (bancos, plataformas etc) que até agora não ofereceram soluções aos seus clientes”, finaliza Gomes Junior.

Mulher segurando cartão de crédito e smartphone nas mãos; conceito de golpes digitais

Imagem: Shutterstock

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