Economia
Inflação faz consumo de produtos premium cair 40,3% em São Paulo
Levantamento feito pelo Dotz mostra queda em todas as classes, mas ela foi mais acentuado nas de menor poder aquisitivo
No primeiro trimestre de 2023, os consumidores paulistas estão optando por produtos mais baratos em suas compras nos supermercados. De acordo com um levantamento realizado pela Dotz, plataforma de benefícios para consumidores, houve uma queda de 40,3% no consumo de produtos premium e premium mais. Essa redução foi ainda mais acentuada nas classes sociais de menor poder aquisitivo, atingindo uma diminuição de 49%, enquanto nas classes mais altas a queda foi de 29,5%.
Paralelamente, observou-se um aumento significativo de 28,6% no consumo de itens considerados de entrada, com preços entre R$3 e R$6, e um aumento de 23,3% nos produtos intermediários, com valores de R$8 a R$20. Esse comportamento dos consumidores está diretamente relacionado ao aumento dos preços desses produtos premium, o que indica uma preferência crescente por itens mais acessíveis.
Na categoria premium, os preços avançaram 30,2%, enquanto os produtos premium registraram um aumento de 42,7%. Em contrapartida, os preços dos cortes de carne bovina caíram 7,1% no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, os preços do café e do açúcar também apresentaram uma redução de 3,5% e 1,1%, respectivamente.
No entanto, alguns alimentos básicos tiveram um aumento de preço significativo. O arroz subiu 19,2%, o feijão aumentou 18,5% e o leite teve um aumento de 16,9% em relação a 2022. O óleo vegetal também registrou um aumento de 8,6% no mesmo período. Essa situação reflete o impacto da inflação nos principais itens que compõem a cesta básica, o que tem afetado o poder de compra dos consumidores brasileiros. O CEO da Dotz, Roberto Chade, ressalta que mesmo com um aumento médio de 8% nos gastos, passando de R$347 para R$376, houve uma redução de 11% na quantidade de itens adquiridos por cesta.
Esse fenômeno pode ser atribuído ao aumento do preço médio dos produtos nos supermercados, que passou de R$7,58 para R$8,71, representando um aumento de 15%. Diante desse cenário, os consumidores estão buscando alternativas mais econômicas para se adequarem às suas necessidades de consumo, priorizando produtos de menor custo para equilibrar o orçamento doméstico.
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