Economia

Inflação muda comportamento do consumidor e reforça atacarejos

Para minimizar impacto da alta de preços, pessoas estão comprando em grandes quantidades, inclusive reunindo familiares e amigos

Published

2 anos atrás

2 de maio, 2023

Redação

A inflação de alimentos e bebidas encerrou o ano de 2022 em 11,64%, mais que o dobro da média geral do IPCA. Para minimizar os impactos da alta de preços, os consumidores estão comprando em grandes quantidades, inclusive reunindo familiares e amigos. A inflação muda comportamento do consumidor e essa estratégia tem impulsionado a demanda nos atacarejos, que estão ganhando espaço no mercado varejista.

De acordo com o economista Roberto Kanter, a estratégia de inauguração de novos atacarejos é um dos termômetros que demonstram a tendência de consolidação do consumo em maior quantidade, segundo explicou à Folha de São Paulo. Mesmo com uma eventual queda da inflação, o comportamento dos consumidores deve permanecer, avalia o economista Matheus Peçanha, do FGV Ibre. Ele afirma que alguns grupos estão substituindo suas redes varejistas por atacarejistas, pois visualizaram a mudança no consumo.

O Assaí Atacadista é um dos grupos que está apostando na expansão dos atacarejos. Em 2021, a empresa comprou os hipermercados da extinta bandeira Extra Hiper, do Grupo Pão de Açúcar, e começou a converter os pontos comerciais no ano passado. Com 60 lojas inauguradas em 2022, das quais 24 estão em São Paulo, a empresa foi considerada a melhor atacadista pela oitava vez consecutiva.

A rede do Assaí Atacadista possui cem unidades no estado e está se expandindo para outras cidades, como Araraquara, Itatiba, Santos, Taboão da Serra, São Bernardo do Campo e Campinas. A inflação muda comportamento do consumidor e para atender às necessidades variadas dos clientes, a oferta das lojas é personalizada, com novos serviços implantados de acordo com a demanda de cada região.

Segundo Luiz Carlos Araújo Costa, diretor de operações sul e sudeste do Assaí, os preços oferecidos já são, em média, de 10% a 15% menores que os de supermercados e hipermercados. Com a inflação elevada, a rede percebeu que os clientes passaram a fazer substituição de marcas e, por isso, investiu na diversificação do portfólio.