Inflação oficial de setembro fica em 0,48%

A inflação oficial brasileira de setembro acelerou para 0,48%, depois de cair para -0,11% em agosto. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) do IBGE, o principal motivo para a volta do índice ao campo positivo é o fim do alívio do bônus de Itaipú na conta de energia elétrica residencial.

Entre agosto e setembro, houve uma diferença de 0,59 ponto percentual (p.p.) no IPCA. O acumulado da inflação neste ano é de 3,64%, e, nos últimos 12 meses, de 5,17%. Em comparação anual, setembro deste ano também tem uma pequena aceleração, uma vez que o índice foi de 0,44% no mesmo mês do ano passado. 

O grupo Habitação (2,97%) foi o responsável pelo maior impacto (0,45 p.p.) e maior variação em setembro de 2025. “Considerando os meses de setembro, a alta do grupo foi a maior desde 1995 quando subiu 4,51%”, disse Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

No ano, a energia elétrica acumula alta de 16,42%, sendo o principal impacto individual no índice (0,63 p.p.). A maior pressão no grupo veio da energia elétrica residencial, que saiu de -4,21% em agosto para 10,31% em setembro. O fim do bônus de Itaipú e o vigor da bandeira tarifária vermelha nível 2 foram os responsáveis pela alta. Essa bandeira adiciona R$ 7,87 por Kwh consumidos.

Outros grupos que tiveram alta em setembro foram Vestuário (0,63%), Despesas pessoais (0,51%), Saúde e cuidados pessoais (0,17%), Transportes (0,01%) e Educação (0,07%).

Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas (-0,26%) teve o quarto mês consecutivo de recuo nos preços, com impacto de -0,06 p.p.. O recuo de setembro vem principalmente da alimentação no domicílio (-0,41%), que vem de uma desaceleração nas baixas, saindo de -0,83% em agosto. Os principais produtos que baratearam foram tomate (-11,52%), cebola (-10,16%), alho (-8,70%), batata-inglesa (-8,55%) e arroz (-2,14%). No lado das altas estão frutas (2,40%) e óleo de soja (3,57%).

Outros grupos que tiveram baixa em setembro foram Artigos de residência (-0,40%) e Comunicação (-0,17%).

“Mesmo com a difusão menor entre os subitens não alimentícios, e desconsiderando a energia elétrica residencial, subitem de maior impacto no IPCA, a variação no índice de setembro seria de 0,08%”, disse o gerente da pesquisa.

O IBGE também liberou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até 5 salários mínimos. O índice teve alta de 0,52% em setembro, com acumulado de 3,62% no ano, e de 5,10% nos últimos 12 meses.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil