Economia
Isenção de impostos para compras internacionais pode prejudicar varejo, de acordo com Frederico Trajano
Recente decisão do governo faz com que compras de menos de US$ 50 sejam isentas, e ameaça vendedores nacionais
Desde o dia 1º de agosto, decisão do governo passou a não taxar compras internacionais de menos de US$ 50 (cerca de R$ 248,79), o que beneficia sites como Shein, Shopee e AliExpress. A medida pode beneficiar compradores e relações de comércio internacional, porém, pode prejudicar o varejo nacional. É o diz Fred Trajano, CEO da Magazine Luiza, que se manifestou contra a decisão e ações do Magalu caem. Segundo o empreendedor, ser estrangeiro no Brasil passou a ser uma vantagem, e a decisão pode comprometer até 3% das vendas da varejista brasileira.
As ações do Magalu caem com a isenção de impostos, chegando a R$ 2,60, o que representa uma queda de -8,45%. De acordo com Trajano, a decisão do governo pode comprometer o desempenho do varejo nacional voltado a itens de valor mais baixo.
Para lidar com a crise, a Magazine Luiza já possui algumas estratégias, apesar de não abrir mão de buscar a reversão da decisão. Algumas das medidas são buscar atrair compradores de outros países, e investir na venda de produtos de mais de R$ 200.
Por outro lado, o Magalu tem alívio com a diminuição da taxa Selic, que caiu recentemente depois de muito tempo de alta promovida pelo Banco Central. Em 2022, o peso da Selic representou cerca de 5,5% das despesas da empresa, o que é o dobro do observado nos anos anteriores, em média, 2,3%. Cada ponto percentual representa cerca de R$ 150 milhões de economia para a empresa.
Dessa forma, as recentes mudanças do governo impactam de forma negativa e também positiva a Magazine Luiza, e da mesma forma pode refletir no restante do varejo brasileiro.
Imagem: Pressfoto no Freepik