Economia

Juros básicos permanecem em 15% e impacto no varejo segue ao longo de 2026

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O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na última reunião de 2025, manter a taxa básica de juros em 15% ao ano. A decisão confirma a estratégia do Banco Central de preservar uma política monetária restritiva em um cenário de desaceleração gradual da inflação, influenciada principalmente pela redução da pressão sobre os preços de alimentos e bebidas.

De acordo com o Banco Central, apesar do arrefecimento inflacionário, o processo de convergência da inflação à meta ainda exige cautela. O mercado de trabalho segue aquecido, sustentando a demanda interna e mantendo pressão sobre os preços de serviços, considerados mais sensíveis ao nível de atividade econômica e mais resistentes ao processo de desinflação. Esse contexto tem sido determinante para adiar qualquer movimento de redução da Selic para o início de 2026, quando a autoridade monetária avalia a possibilidade de cortes graduais, condicionados ao comportamento da inflação.

Copom

A manutenção da taxa básica também está associada à preservação da credibilidade do regime de metas de inflação, em um ambiente em que as expectativas permanecem relativamente desancoradas no médio prazo. Para o Banco Central, a permanência de juros elevados por mais tempo é vista como necessária para consolidar a trajetória de queda da inflação, mesmo com impactos sobre o ritmo da atividade econômica.

Indicadores recentes apontam sinais de desaceleração. Na segunda metade de 2025, a atividade econômica apresentou estagnação, com o Produto Interno Bruto do terceiro trimestre praticamente estável em relação ao trimestre anterior. A expectativa é de que esse cenário se estenda ao longo de 2026, especialmente em função da limitação do consumo das famílias diante do custo elevado do crédito.

No varejo, os efeitos são diretos. A Selic serve como referência para as principais modalidades de crédito no país, influenciando tanto o custo das operações financeiras das empresas, como capital de giro, antecipação de recebíveis e financiamentos, quanto o comportamento do consumidor, que tende a reduzir compras dependentes de crédito mais caro.

“O varejo acompanha essas decisões com muita atenção porque a taxa básica de juros não é um indicador distante: ela chega rapidamente ao caixa das empresas e ao bolso do consumidor. Manter a Selic em 15% significa prolongar um cenário de crédito caro, margens pressionadas e menor disposição de compra das famílias”, afirma Aldo Nuñez Macri, presidente do Sindilojas-SP. “O empresário precisa planejar estoques, negociar prazos e ajustar estratégias para atravessar esse período até que o ciclo de cortes, previsto para 2026, ganhe início.”

Em um ambiente de juros elevados e de consumo mais contido, o Sindilojas-SP destaca a importância do acompanhamento das decisões do Banco Central para o planejamento financeiro e operacional das empresas. A permanência da Selic em 15% prolonga o período de custos financeiros elevados, exigindo maior atenção à gestão, eficiência operacional e capacidade de adaptação do varejo enquanto o mercado aguarda uma eventual flexibilização da política monetária a partir de 2026.

Imagens: Divulgação

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