E-commerce
Live commerce cresce no Brasil, às vésperas da Black Friday
Levantamento mostra que, em um ano, consumidores brasileiros a usar formato de e-commerce ao vivo quase dobrou
Um levantamento realizado pela eMarketer/Insider Intelligence mostra que, no período entre abril de 2022 e abril de 2023, o Brasil se tornou o país da América Latina em consumidores digitais a utilizar o live commerce para comprar produtos. Se antes o país era o quarto da lista, atrás de países como Colômbia, México e Argentina, os resultados mais recentes mostram um salto de 35% para 61%, contra 52%, 48% e 40%, respectivamente.
De acordo com a chefe de conteúdo do eMarketer/Insider Intelligence, Zia Wigder, “É raro ver um salto tão grande em período tão curto de tempo”. Além disso, 50% dos consumidores da América Latina fizeram uso do live commerce no período, um resultado superior aos 43% da pesquisa anterior.
A executiva aponta que, apesar do live commerce ser um canal de comunicação relativamente novo do Brasil, seu crescimento em popularidade significa uma grande oportunidade para as empresas. Grandes varejistas que atuam no mercado nacional, como Mercado Livre e Magazine Luiza já apostam nessa estratégia.
O relatório “Panorama de Consumo na Black Friday”, da Globo, também mostra essa tendência de crescimento, apontando que 10% dos consumidores participaram de eventos de live commerce na Black Friday de 2022.
“Mesmo que essa modalidade ainda esteja dando seus primeiros passos em relação a outros mercados mais maduros, como o asiático (onde o live commerce já está consolidado), varejistas e plataformas devem prestar atenção à afinidade dos brasileiros de comprar produtos após assistir a live streams”, alertou Zia Wigder.
O live commerce pode ocorrer em várias plataformas diferentes: nos próprios sites ou aplicativos de um varejista, em grandes marketplaces, redes sociais, entre outros.
De acordo com os dados da pesquisa da eMarketer/Insider Intelligence, um em cada quatro consumidores (25%) usa redes sociais para fazer compras. Os canais mais utilizados são marketplaces e sites ou lojas virtuais, com 76% cada. Logo depois aparecem aplicativos próprios de lojas, com 64% e aplicativos agregadores de ofertas, com 51%.
Além disso, existem ferramentas que permitem que as empresas e vendedores criem suas próprias transmissões ao vivo, sem despender grandes valores. “Não custa uma fortuna testar o livestream. Uma boa maneira de começar é descobrir se é melhor para a empresa trabalhar com influenciadores ou trazer novas personalidades que falem exclusivamente para as transmissões ao vivo, como fazem na China”, explica a especialista.
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