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Lojas físicas continuam essenciais, mesmo com transformação digital

As lojas físicas seguem sendo centrais para o varejo, apesar das previsões recorrentes sobre seu declínio e do crescimento do e-commerce.
O relatório Future Consumer Index, da consultoria EY, revelou que 94% dos consumidores ainda tomam decisões de compra dentro das lojas, mesmo quando realizam pesquisas online previamente. Quase 45% descobrem novas marcas no ponto físico e 24% são influenciados por demonstrações de produtos.
Hoje, os varejistas estão utilizando suas lojas não apenas como locais de venda, mas também como espaços de engajamento, educação e entretenimento. Muitos têm transformado esses espaços em centros de mídia e experiência — incorporando espelhos com realidade aumentada, testes com realidade virtual, layouts gamificados e telas digitais para publicidade segmentada. A mídia no varejo físico tem se tornado uma nova fonte de receita, com marcas pagando para ganhar visibilidade nesses ambientes.
Mesmo os consumidores mais jovens, embora fluentes no digital, continuam frequentando lojas em busca de experiências — especialmente em categorias de consumo discricionário, como beleza, cuidados pessoais e moda. Ao mesmo tempo, o comércio via redes sociais e ferramentas baseadas em inteligência artificial estão moldando o comportamento online, com plataformas que permitem compras com um clique diretamente a partir de conteúdos. Diante disso, os varejistas estão adaptando suas plataformas de e-commerce e desenvolvendo assistentes de compras com IA.
Categorias essenciais, como alimentos, ainda são dominadas pelas lojas físicas, mas modelos híbridos vêm surgindo. No setor de beleza, por exemplo, avaliações de pele baseadas em IA e consultas personalizadas já fazem parte da experiência no ponto de venda.
A sustentabilidade e a saúde também estão transformando o varejo físico. Supermercados e farmácias têm incorporado serviços de bem-estar, enquanto varejistas de moda e eletrônicos lançam iniciativas de revenda, aluguel e reparo de produtos, em resposta à demanda dos consumidores por alternativas mais sustentáveis.
Cerca de 62% dos consumidores consideram a sustentabilidade uma prioridade crescente, e 72% preferem consertar produtos em vez de substituí-los.
Os varejistas também estão reinventando o uso do espaço físico. Lojas estão sendo convertidas em centros de distribuição, dark stores, pontos de retirada (click and collect) e até cozinhas fantasmas (ghost kitchens) para atender à crescente demanda por conveniência e entregas em domicílio.
Imagem: Antoni Shkraba Studio/Pexels
Informações: Retail Asia
Tradução livre: Central do Varejo