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Marcas próprias para tudo: Por que produtos ‘alternativos’ estão em alta

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Por décadas, marcas famosas dominaram o mercado consumidor, ocupando os melhores espaços nas prateleiras dos varejistas ao redor do mundo. Seu sucesso foi impulsionado por grandes orçamentos de marketing, reputações estabelecidas e amplo reconhecimento. Por outro lado, as marcas próprias eram vistas apenas como soluções econômicas para esticar o orçamento familiar ou, pior, como alternativas pouco atraentes e fora de moda em comparação com as marcas nacionais concorrentes.

Tudo isso está mudando. Varejistas como Walmart, Target e, mais recentemente, Albertsons estão ajustando suas estratégias para responder a uma grande mudança nas preferências dos consumidores. Essa mudança é liderada, em grande parte, pela Geração Z, que rejeita logotipos e marcas conhecidas em favor de marcas próprias que oferecem qualidade premium e produtos alinhados às suas necessidades e preferências. Essa transformação é reforçada pelo impressionante crescimento das vendas de marcas próprias, que aumentaram 6% de um ano para o outro, alcançando US$ 217 bilhões em 2023.

Com a Geração Z se tornando a maioria na faixa etária de 18 a 35 anos, período de maior poder de compra, atender às suas necessidades de consumo se tornou crucial para varejistas e marcas. Pesquisas recentes indicam que uma parte significativa dos compradores de supermercados da Geração Z opta consistentemente por lojas com base em suas marcas próprias. Isso evidencia uma prioridade por autenticidade e singularidade, superando a lealdade tradicional às marcas. Essa tendência está alinhada com preferências mais amplas de consumo, como o aumento do “luxo discreto” e da “riqueza silenciosa” entre os consumidores mais jovens.

Oportunidades para as marcas próprias

Para responder a essas preferências em evolução, varejistas têm uma oportunidade clara de usar pesquisas de mercado e dados de consumidores para criar produtos que ressoem com seu público-alvo e atendam a necessidades muito específicas. Um exemplo disso é a Target, que lançou recentemente a marca Dealworthy, mostrando um compromisso em oferecer produtos de valor alinhados com os valores da geração mais jovem. Da mesma forma, a Albertsons criou a marca própria Overjoyed, desenvolvida para atender a uma necessidade específica e aumentar a satisfação de seus clientes principais.

IA: a abordagem não tão secreta para inovar em marcas próprias

Alguns varejistas estão bem posicionados para aproveitar essa mudança. Marcas próprias como Trader Joe’s e Kirkland são amadas pelos consumidores, atraindo clientes especificamente por seus produtos exclusivos. (Não é à toa — já experimentou os chips de tortilha com chili e limão deles?) No entanto, outros varejistas não têm a mesma sorte e correm o risco de perder clientes se não conseguirem melhorar suas ofertas de marcas próprias.

A boa notícia é que, paralelamente à mudança nas preferências dos consumidores, a inteligência artificial (IA) desbloqueou uma nova capacidade para os varejistas inovarem rapidamente. Com a IA impactando os processos de fabricação, os varejistas podem simplificar operações e otimizar o desenvolvimento de produtos, tornando mais fácil e rápido do que nunca oferecer produtos de marca própria de alta qualidade e distintivos. Essa interseção de tendências de consumo e inovação tecnológica apresenta uma oportunidade promissora para os varejistas cultivarem a lealdade dos clientes e se manterem à frente em um mercado cada vez mais competitivo.

Um dos desafios históricos nesse setor era encontrar parceiros de fabricação adequados. No entanto, a IA transformou completamente esse paradigma ao digitalizar e otimizar como as marcas identificam, selecionam e gerenciam suas relações de fabricação. Essa digitalização simplificou operações, permitindo que as marcas naveguem pelo cenário de fabricação com uma eficiência sem precedentes.

Hoje, as marcas têm o poder de executar rapidamente linhas de produtos altamente específicas em uma ampla gama de ofertas, algo que antes era desafiador e demorado. Essa nova agilidade é exemplificada por empresas como a Aura Bora, que utilizam a IA para inovar rapidamente e trazer novos produtos ao mercado. Com insights baseados em IA, as marcas podem adaptar suas ofertas às preferências dos consumidores de maneira mais precisa do que nunca.

Um futuro para as marcas próprias

Olhando para o futuro, a integração da IA nos processos de fabricação está preparada para catalisar uma onda de inovação e personalização no setor de marcas próprias. Historicamente, trazer um produto ao mercado era um empreendimento complexo, cheio de desafios. No entanto, as eficiências proporcionadas pela IA estão prontas para revolucionar esse cenário, abrindo portas para inúmeras novas ideias e oportunidades de experimentação.

Uma das consequências mais notáveis da influência da IA na fabricação é o potencial de expansão para mercados de nicho e gostos locais. À medida que a IA permite maior agilidade e flexibilidade no desenvolvimento e distribuição de produtos, as marcas podem atender com mais eficácia às preferências regionais específicas e às tendências emergentes.

Esse movimento é exemplificado pelo aumento do lançamento de linhas completas, como a marca Saver, da Amazon, e a Dealworthy, da Target, que devem se tornar cada vez mais comuns em varejistas nacionais e regionais. A Albertsons, por exemplo, lançou a marca Overjoyed com foco em produtos sazonais e ocasiões especiais.

Com a IA acelerando o processo de iteração, o ritmo de introdução de novas linhas de produtos continuará a aumentar, e a dinâmica competitiva do mercado está prestes a enfrentar mais uma rodada de disrupção.

Imagem: Envato
Informações: Oisin Hanrahan para Retail TouchPoints
Tradução livre: Central do Varejo

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