Economia

Mercado eleva projeções de inflação para 2025 e 2026, aponta Boletim Focus

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Imagem com pinos de damas e moedas em pilhas; conceito de inflação; IPCA; inflação 2025

Nesta segunda-feira (20), o Banco Central divulgou o Boletim Focus com as expectativas de economistas do mercado financeiro, que voltaram a revisar para cima as projeções de inflação para 2025 e 2026. O relatório, baseado em consultas a mais de 100 instituições financeiras, indica um cenário desafiador para o cumprimento de metas do IPCA, Selic e crescimento econômico.

Inflação segue acima do teto da meta

Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 5% para 5,08%, 14ª alta consecutiva. Este índice permanece acima do teto da meta, que será de 3% com tolerância entre 1,5% e 4,5%. Já para 2026, a projeção também foi ajustada para cima, passando de 4,05% para 4,10%, o quarto aumento seguido.

O regime de metas contínuas, que começa em 2025, exige que a inflação acumulada em 12 meses permaneça dentro do intervalo de tolerância. Caso isso não ocorra por seis meses consecutivos, o BC terá de justificar o descumprimento em uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em janeiro deste ano, o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou um documento explicando o estouro da meta de 2024. Entre as razões apresentadas estavam o fortalecimento da atividade econômica, a depreciação do real e eventos climáticos extremos.

O impacto da inflação, no entanto, vai além das metas. “Quando os preços aumentam, o poder de compra das famílias, principalmente das de baixa renda, é diretamente prejudicado”, destaca o relatório.

Juros básicos: mercado mantém projeções

A taxa básica de juros, a Selic, é a principal ferramenta utilizada pelo BC para controlar a inflação. As projeções do mercado financeiro apontam que a Selic fechará 2025 em 15% ao ano, enquanto para o fim de 2026 a expectativa subiu de 12% para 12,25% ao ano. Para 2027, o mercado manteve a previsão de 10,25% ao ano.

No fim de 2024, o BC elevou a Selic para 12,25% ao ano e sinalizou novas altas no início de 2025, mirando os impactos no longo prazo. O tempo de maturação da política monetária é de seis a 18 meses, o que significa que as medidas tomadas agora terão efeito pleno apenas em 2026.

PIB de 2025 é revisado para cima; previsão para 2026 recua

O mercado ajustou a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, passando de 2,02% para 2,04%. A revisão ocorreu após a divulgação do desempenho acima do esperado no terceiro trimestre de 2024, quando o PIB cresceu 0,9%, segundo dados do IBGE.

Por outro lado, para 2026, a projeção foi reduzida de 1,80% para 1,77%, refletindo incertezas econômicas e o impacto das políticas monetárias mais restritivas.

Outras projeções do mercado

Além das expectativas de inflação, juros e PIB, o relatório trouxe previsões para a taxa de câmbio. O dólar deverá encerrar 2025 e 2026 cotado a R$ 6, mesmo patamar das estimativas anteriores.

Imagem com pinos de damas e moedas em pilhas; conceito de inflação; IPCA; inflação 2025

Imagem: Envato

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