Operação
Mesmo com tarifas, Levi’s quase triplica lucro e vê alta nas vendas diretas

Com a ajuda de astros como Beyoncé e Shaboozey, a Levi’s apresentou resultados sólidos no segundo trimestre, tanto na receita quanto no lucro. A receita líquida subiu 6,4% em relação ao ano anterior, alcançando US$ 1,4 bilhão, com o e-commerce registrando alta de 13%.
A margem bruta cresceu 140 pontos-base, chegando a 62,6%, impulsionada principalmente pela redução nos custos de produtos e por uma combinação favorável de canais. O lucro líquido quase triplicou, com alta de mais de 270%, totalizando US$ 67 milhões.
A marca avançou em sua estratégia de vender mais diretamente ao consumidor, com receita líquida de canais diretos ao consumidor (D2C) crescendo 11%, 13º trimestre consecutivo de alta. As vendas no atacado subiram 3%. A Beyond Yoga teve aumento de pouco mais de 12% na receita, chegando a US$ 37 milhões.
Em conversa com analistas na quinta-feira, a CEO da Levi’s, Michelle Gass, destacou o que chamou de “quiet western”, uma evolução do estilo country que ganhou força no ano passado, agora com uma abordagem mais sutil.
“O quiet western é perfeito para a estética do estilo de vida com denim da Levi’s, e um território natural para liderarmos”, afirmou Gass.
Ela também reconheceu, porém, a influência de grandes nomes como Beyoncé e Shaboozey, cujas representações do estilo western estão longe de ser discretas. No ano passado, a Levi’s lançou uma ampla campanha de marketing com Beyoncé e, na teleconferência desta semana, Gass disse que a marca está criando “looks personalizados e exclusivos para a turnê Cowboy Carter”.
Fora do universo western, uma colaboração com a Nike foi lançada na quinta-feira. Segundo Gass, “com base nas filas que vimos hoje de manhã, acreditamos que essa colaboração com a Nike será um grande sucesso”.
A empresa está expandindo seus canais diretos ao consumidor e investindo no crescimento da marca Beyond Yoga. Os executivos reafirmaram o plano de abrir entre 50 e 60 novas lojas líquidas, sendo 16 delas ainda no terceiro trimestre. A Beyond Yoga deve abrir mais seis lojas este ano, totalizando 14 unidades.
Além disso, a Levi’s vem se beneficiando de uma estratégia mais focada, após se desfazer da marca Denizen, voltada ao segmento de valor, e, mais recentemente, da marca Dockers, conforme destacou o diretor financeiro Harmit Singh.
Apesar da persistente incerteza em relação à política comercial dos EUA e do impacto negativo das tarifas, a Levi’s elevou sua projeção de receita para o ano. A empresa agora espera crescimento de 1% a 2% na receita líquida, em vez da previsão anterior de queda entre 1% e 2%. No entanto, por conta das tarifas, a expectativa de crescimento da margem bruta foi revisada para baixo: agora, a empresa projeta uma expansão de 80 pontos-base, em vez de 100. A projeção considera que as tarifas dos EUA sobre produtos da China permanecerão em 30% e, do restante do mundo, em 10% até o fim do ano, segundo comunicado da Levi’s.
A força apresentada nos resultados foi bem recebida. Analistas do Wells Fargo, liderados por Ike Boruchow, destacaram em nota na quinta-feira que “em um momento em que [a Levi’s] mais precisava, a empresa superou as expectativas no 2º trimestre, o que deve ajudar a reduzir as dúvidas dos investidores”.
Boruchow classificou o período como “um trimestre sólido em todos os aspectos, com impulso que deve se manter no 3º trimestre”.
Imagem: Divulgação
Informações: Daphne Howland para Retail Dive
Tradução livre: Central do Varejo