Mudanças em rótulos devem afetar vendas de alimentos e bebidas

Desde outubro do ano passado, novas regras sobre a rotulagem de produtos alimentícios e bebidas alteraram as embalagens do setor. A maior delas diz respeito à informação nutricional frontal. Segundo a lei, produtos lançados após a data devem conter as informações de acordo com as novas configurações. Por outro lado, aqueles produtos que já estavam disponíveis têm até três anos para se adequar às novas regras e às mudanças em rótulos.

A preocupação com a saúde e, consequentemente, com o que se consome é uma tendência. A Kantar mostrou em dados que essa é uma prioridade para os consumidores latinos, apontando que mais de 60% lê os rótulos. Dados como quantidade de sódio, açúcares e calorias estão entre as informações mais buscadas, e eles tendem a influenciar ainda mais a escolha das pessoas à medida que esses tópicos terão maior destaque nas embalagens.

Países vizinhos como o Equador e o Chile implementaram regras similares na rotulação de alimentos e bebidas, gerando mudanças na maneira de consumir. No Equador, os produtos mais afetados foram os chás prontos. Antes vistos como uma alternativa saudável aos refrigerantes, eles tiveram um recuo de 7% em relação à penetração no mercado quando os consumidores perceberam que o nível de açúcar nas duas categorias é bastante parecido. Já no mercado chileno os itens mais afetados foram os biscoitos doces.

Para alguns produtos, no entanto, as alterações nos rótulos se mostraram positivas. No Equador, biscoitos saudáveis e produtos light como cereais e refrigerantes tiveram aumento de vendas.

A Kantar avalia que as mudanças em rótulos podem trazer consequências como a perda de visibilidade nas prateleiras. Por outro lado, essa pode ser uma oportunidade para deslanchar produtos que estão alinhados com a preocupação dos consumidores em ter uma vida mais saudável.

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Imagem: Rawpixel