Economia
Mulheres empreendedoras ganham 24% a menos que homens mesmo com mais escolaridade
De acordo com uma pesquisa do Sebrae, apesar de as mulheres empreendedoras no Brasil estarem cada vez mais escolarizadas, elas ainda ganham menos que os homens quando estão à frente de uma empresa.
O estudo “Empreendedorismo Feminino – Sob a Ótica da PNAD Contínua”, revela que há atualmente 10,4 milhões de mulheres empreendedoras no País, um recorde na série histórica, e que representa um crescimento de aproximadamente 42% no período de 2012 a 2024. Apesar de 51,7% da população em idade ativa ser composta por mulheres, elas são apenas 34,1% do total de empreendedores.
Entre 2012 e 2024, as mulheres donas de negócios aumentaram em 16,5 pontos percentuais a faixa de Ensino Superior Incompleto ou mais; os homens, porém, tiveram um aumento menor, de 9,2 pontos percentuais. Entre as empreendedoras, 72,4% têm ensino médio completo ou mais; e o ensino superior já é realidade para quase 29% dessas mulheres.
Porém, o rendimento médio real das mulheres donas de negócios no quarto trimestre de 2024 foi de R$ 2.867, o que representa 24,4% menos do que os homens na mesma posição. Apesar de a desigualdade ainda ser grande, ela vem diminuindo: era de 30,3% no quarto trimestre de 2012, início da série histórica.
“Um dos motivos para essa condição ainda muito desigual pode estar na divisão de tarefas nos lares brasileiros. Infelizmente, sabemos que a cultura da rotina doméstica, da forma como se dá hoje, massacra o potencial de muitas futuras empresárias e dificulta o crescimento de vários negócios liderados por mulheres”, argumenta a diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Margarete Coelho.
Nesse sentido, a pesquisa também identificou que a média de horas trabalhadas das mulheres donas de negócios no último trimestre de 2024 foi de 35 horas, e essa carga horária não diminuiu ao longo da série histórica. Por outro lado, os homens que comandam empresas dedicam a ela até 41 horas semanais.
Segundo o estudo, o número de mulheres donas de negócio e que são também chefes de domicílio subiu nos últimos anos, chegando a mais da metade (52,3%) do total de empreendedoras. Antes de 2017, a participação do companheiro no sustento da casa era maior.