Nos EUA, Best Buy sofre com queda nas vendas

Com a demanda por eletrônicos nos Estados Unidos permanecendo em baixa, a Best Buy informou que sua receita caiu 7,8% no terceiro trimestre, indo para US$ 9,8 bilhões, de acordo com um comunicado da empresa. As vendas comparáveis caíram quase 7%. 

O lucro líquido da empresa também foi afetado, embora em menor escala, com a queda de 3% no lucro operacional durante o trimestre e uma redução de 5% no lucro líquido. Com base na incerta demanda do consumidor, que a CEO Corie Barry afirmou em um comunicado ter sido difícil de prever este ano, a Best Buy reduziu suas orientações anuais. 

Agora, espera-se que a receita para o ano fique entre US$ 43,1 bilhões e US$ 43,7 bilhões, em comparação com a orientação anterior de até US$ 44,5 bilhões. As vendas comparáveis agora são esperadas para cair entre 6% e 7,5%, em oposição a entre 4,5% e 6%.

A Best Buy continua a enfrentar desafios com a demanda do consumidor irregular, embora Barry tenha dito em uma chamada com analistas que a empresa espera mais estabilização no setor de eletrônicos no próximo ano. As vendas de eletrônicos em outubro quebraram uma sequência de quedas ano a ano, subindo 1,4%, de acordo com dados do Departamento de Comércio dos EUA.

Com os consumidores segurando as compras de produtos mais caros ou escolhendo usar seus fundos em outros lugares, a Best Buy corre o risco não apenas de perder vendas, mas também de perder o tráfego de clientes que frequentemente impulsiona compras adicionais, segundo Neil Saunders, diretor executivo da GlobalData.

“Dada essa tendência, um dos desafios para a Best Buy é melhorar o desempenho das lojas. Parte disso envolve dar aos consumidores mais motivos para visitar, o que inclui experiências melhores e mais novidades e inovação na oferta. Em nossa opinião, isso pode ser alcançado sendo mais imaginativo e usando fornecedores para ajudar a Best Buy a mostrar tecnologias interessantes”, disse Saunders em comentários por e-mail. “Para ser justo, a Best Buy está trabalhando com fornecedores em coisas como displays e instalações de marca, mas precisa ser muito mais radical em seu pensamento.”

Barry falou extensivamente na última terça-feira sobre os esforços da empresa para renovar as lojas com merchandising aprimorado e disse que a Best Buy espera continuar reformando locais no próximo ano. 

Em vez de buscar remodelações em larga escala, a empresa planeja investir mais capital para melhorar um maior número de lojas. Entre os esforços, a Best Buy está ajustando o tamanho de certas categorias para dar espaço a novas em suas lojas, por exemplo, reduzindo a área de jogos para abrir espaço para produtos de bem-estar, e-bikes e uma parceria com a Lovesac.

Barry também destacou acordos com Lego e Therabody para abrir espaços dedicados em todas as lojas de experiência da Best Buy. Nos últimos dois anos, a empresa ampliou sua presença em transporte elétrico e produtos de beleza, firmou parceria com a empresa de tecnologia de saúde e wearables Ōura e começou a vender sistemas de monitoramento contínuo de glicose. A varejista está trabalhando para aumentar a conscientização sobre todas essas categorias, inclusive por meio de um esforço chamado “Sim, a Best Buy vende isso”.

A Best Buy também destacou ganhos em seu programa de associação. O programa reformulado, lançado em junho, atraiu 35% mais novos membros pagos em comparação com o ano passado, e a empresa agora conta com 6,6 milhões de membros. Os membros pagos compram com mais frequência e interagem mais com a marca, de acordo com Barry.

Mesmo com esses sinais positivos, Saunders disse que as vendas estão num patamar abaixo de 2019, último ano antes da Covid. “Isso é significativo, pois mostra que a Best Buy agora perdeu todos os ganhos que obteve durante a pandemia”, disse o diretor da GlobalData. “Dado o aumento nos custos e despesas gerais para a empresa, isso inevitavelmente reduz a produtividade e significa que o negócio, efetivamente, andou para trás.”

Imagem: Daphne Howland

Fonte: Retail Dive