NRF 2026: O futuro do varejo sob o signo da inteligência artificial

A cada janeiro, Nova York se transforma no epicentro do varejo mundial. O NRF Retail’s Big Show, maior encontro global do setor, volta em 2026 com o tema “The Next Now”, sinalizando a urgência de pensar o presente com os olhos no futuro. Mais do que prever tendências, o evento promete mergulhar em como os varejistas devem agir hoje para se manterem relevantes em um cenário de consumidores cada vez mais conectados, exigentes e voláteis.

O consumidor no centro das mudanças

As transformações recentes no comportamento do consumidor indicam que conveniência, propósito e experiência personalizada não são mais diferenciais, mas expectativas mínimas. A NRF 2026, com mais de 175 sessões e 1.000 expositores, vai explorar justamente como os players do setor podem atender a essas demandas.

O Foodservice Innovation Zone, por exemplo, reforça a crescente integração entre varejo e alimentação, refletindo a busca do consumidor por soluções rápidas e personalizadas no dia a dia. Já o Startup Hub mostra que a inovação não vem apenas dos gigantes do setor, mas também de pequenas empresas capazes de redefinir o jogo com propostas ousadas e disruptivas.

A inteligência artificial no centro do palco

Se em 2025 o grande debate girava em torno da digitalização da jornada de consumo, 2026 marca a consolidação da inteligência artificial (IA) como protagonista. A criação de um AI Stage exclusivo é emblemática: não se trata apenas de explorar a tecnologia em abstrato, mas de discutir como agentes autônomos, algoritmos preditivos e ferramentas de personalização em escala estão moldando a próxima era do varejo.

Mas aqui surge a questão essencial: a IA será apenas mais um buzzword em keynotes inspiradores ou realmente veremos aplicações práticas que impactem a operação e a experiência do cliente?

Os sinais são animadores. A personalização em tempo real, a gestão inteligente de estoques, a precificação dinâmica e o atendimento com chatbots cada vez mais “humanizados” já não são mais testes, mas operações em curso. O grande desafio, porém, está na capacidade das marcas de integrar essas ferramentas sem perder a dimensão humana — afinal, consumidores podem querer eficiência tecnológica, mas também valorizam autenticidade e empatia.

Do digital ao material: inovação tangível

Outro ponto forte da feira é o esforço em transformar tecnologia em experiência concreta. Mais de 50 estandes dedicados ao foodtech prometem demonstrar, na prática, como restaurantes e supermercados podem adotar soluções autônomas para reduzir filas, otimizar processos e elevar a conveniência.

Esses experimentos são o que diferencia a NRF de outros eventos: ela não se limita ao discurso futurista, mas coloca os executivos em contato com protótipos, startups e modelos de negócio que podem ser incorporados imediatamente.

O “próxima agora”

O título “The Next Now” é provocador justamente por isso: não se trata de pensar em um futuro distante, mas de reconhecer que o varejo vive um presente acelerado, em que inovações surgem e amadurecem em questão de meses.

Em 2026, o evento deve deixar claro que o novo papel do varejista é ser curador de experiências, unindo tecnologia, cultura e propósito em uma mesma equação. E, diante da velocidade das mudanças, talvez a pergunta que os líderes terão de responder em Nova York seja menos sobre “qual será a próxima tendência?” e mais sobre “como traduzir, aqui e agora, o que o consumidor já espera?”.

Imagem: Divulgação

Integrante da Delegação Central do Varejo para a NRF 2026, Julia Menin convida você a viver essa experiência transformadora e conhecer de perto as principais inovações do varejo mundial: https://lp.centraldovarejo.com.br/nrf-ny-2026 

Supervisora de projetos na GDesign, Julia Menin é mestranda em Arquitetura e Tecnologia na USP e possui MBA em Gestão de Projetos pela USP/Esalq. Seu trabalho é voltado para a criação de conceitos e identidades visuais que unem experiências únicas e resultados concretos para os negócios, por meio de estudos de neuroarquitetura e visual merchandising.