Economia

Pix bomba transações financeiras no Brasil, diz Febraban

Transações cresceram quase 100% de 2020 a 2022; especialistas alertam que número de fraudes também aumentou

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O número de operações financeiras realizadas no sistema financeiro do Brasil hoje é três vezes maior do que há dez anos. De acordo com o coordenador do laboratório de segurança cibernética da Febraban, Valdir Assef Jr., a principal razão desse crescimento é o Pix.

Segundo dados do Banco Central, em 2020, as transações financeiras digitais atingiram a marca de 242 milhões, com um crescimento próximo de 10% em relação ao ano anterior. A partir da criação e início das operações do Pix, em novembro do mesmo ano, o número saltou para 340 milhões. Em 2022, um novo aumento: 453 milhões de transações financeiras.

No Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo (PLDFT), promovido pela Federação Brasileira de Bancos em São Paulo, Assef disse que esse número deve aumentar cada vez mais. “Hoje, é normal você pegar um dia de 120 milhões de transações por Pix. Breve chega a 3 bilhões por mês”, afirmou.

Assef lembra que, juntamente com o aumento na quantidade de transações, as fraudes financeiras também podem ter crescido. “Quem garante que, no meio dessas 550 milhões de chaves Pix, você também não tem uma mudança no comportamento do lavador de dinheiro?”, questionou, ressaltando que os bancos têm como grande desafio prevenir a lavagem de dinheiro muito pelas punições aos fraudadores serem pouco frequentes.

De acordo com Rafael Ximenes, diretor de supervisão do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), o aumento dos crimes através de transações digitais parte da predisposição do brasileiro a utilizar a tecnologia. 

Ximenes ainda ressaltou que “as pessoas não têm medo de se identificar, elas têm medo de ser assaltadas” e que há uma maior camada de mecanismos de segurança em processos como saques de dinheiro, mas chama atenção para o fato de existir uma parte considerável da população preferindo utilizar dinheiro em espécie. “O que era um rio deixa de ser um rio e vira um lago, um mar morto. Deixa de entrar tanto, mas o que está lá não some”, disse.

Em relação à preferência dos usuários pelo dinheiro vivo, Valdir Assef Jr. considera que hoje o papel-moeda tem outros usos, como uma espécie de reserva técnica. “Quando ele precisa fazer pagamento ou a maquininha não funciona, tem dinheiro em casa, mas ele não mexe naquele dinheiro.”

Assef se ampara nos dados para defender este ponto. De acordo com o coordenador da Febraban, o volume financeiro que circula no sistema em dinheiro vivo chegou a R$ 338 bilhões em março, com uma queda no volume de saques, o que indicaria que o dinheiro não fica mais preso nas instituições financeiras.

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Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Imagem: Agência Brasil

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