Economia
Produção industrial recua 0,6% em novembro de 2024
De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, a produção industrial brasileira recuou entre outubro e novembro (-0,06%). É o segundo mês consecutivo de baixa, após o resultado de -0,02% em outubro. Por outro lado, em comparação anual, o resultado do penúltimo mês do ano foi de crescimento de 1,7%. Em 2024 até novembro, a indústria acumula alta de 3,2%, e, nos 12 meses antecedentes ao período pesquisado, de 3%.
Segundo o gerente da pesquisa André Macedo, o recuo da indústria nacional no final do ano passado pode ter sido motivado por oscilações negativas na economia, como o aumento da Selic, desvalorização do real ante o dólar e o aumento da inflação, que obriga as famílias mais pobres a gastar uma parcela maior do salário com itens básicos. “Isso traz algum tipo de reflexo sobre a renda disponível das famílias, pode ter impacto sobre as decisões de consumo”, disse o gerente à Agência Brasil.
Entre os setores industriais analisados pela pesquisa, o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,5%) foi o que mais registrou queda. Na sequência, porém com grande diferença, o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,5%) também recuou.
Sobre o setor com mais baixa, Macedo destaca que mesmo assinalando redução de 11,5% neste mês, ainda está 14,2% acima do patamar que havia terminado o ano de 2023” (Via IBGE). Além disso, destaca-se que a atividade interrompeu dois meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou 12,7% de alta.
Outras contribuições negativas para a produção industrial brasileira vieram dos setores: produtos alimentícios (-1,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-8,5%), produtos químicos (-2,1%), celulose, papel e produtos de papel (-3,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-5,4%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-6,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,8%), produtos do fumo (-16,3%), bebidas (-2,7%) e móveis (-5,7%).
Na contramão, seis atividades tiveram aumento na produção. A principal foi máquinas e equipamentos (2,3%), que teve o segundo mês seguido de crescimento na produção, período em que acumulou ganho de 5,8%.
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