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Quais habilidades garantirão um bom emprego em 2050?

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2050

“O que você quer ser quando crescer?” Essa pergunta me foi feita diversas vezes durante a infância. E, na minha geração, ela era respondida prontamente, mesmo que lá no futuro a gente mudasse de ideia. A gente sabia o que queria. Mas, se perguntarmos hoje aos nossos filhos, acredito que eles não tenham a mesma facilidade em responder. Isso porque não sabemos quais profissões ainda existirão em 2050.

Em 2018 e 2019 foi muito noticiado que as pessoas que viverão 120 anos, ou mais, já nasceram e, vivendo tanto tempo, elas poderão ter cerca de três carreiras profissionais, sendo que, a segunda, vai surgir enquanto elas estão exercendo a primeira, tamanha a volatilidade do conhecimento. As mudanças no mundo serão cada vez maiores e mais rápidas.

No livro “21 Lições para o Século 21”, Yuval Noah Harari, um dos grandes pensadores do nosso tempo, reflete bastante sobre o papel da educação e como educar as crianças que serão adultos em 2050, face à gigantesca transformação no mercado de trabalho e na sociedade trazida pela tecnologia, em especial pela junção de Inteligência Artificial e Biotecnologia. Para Harari, é quase certo que teremos uma “nova classe de inúteis”, trabalhadores não qualificados que ficarão desempregados se não estiverem habilitados para trabalhar lado a lado com a inteligência artificial (IA), o aprendizado de máquina e a robótica.

Pela velocidade e profundidade das mudanças tecnológicas, é muito difícil prever o que devemos ensinar às crianças pensando em habilidades que serão valorizadas no mundo profissional quando elas chegarem ao mercado. Até pouco tempo, se falava bastante da importância de ensinar às crianças desde cedo linguagem de programação e código, por exemplo. Mas, a IA já se mostra capaz de realizar a maior parte do “trabalho pesado” nessa área, e não se sabe quantos programadores e desenvolvedores de software humanos serão necessários em 2050.

Recentemente, li uma matéria interessante – e um tanto assustadora, que tem a ver com isso. A reportagem fala sobre a pesquisa “Futuro do Trabalho: onde estamos e para onde vamos” da plataforma de inteligência Futuros Possíveis. O estudo mostra que 87% dos entrevistados se consideram capazes de garantir emprego no futuro, confiantes que possuem as competências técnicas e socioemocionais necessárias para enfrentar os desafios do mercado. Mas apenas 49% das pessoas ouvidas sabem quais são as habilidades que realmente serão importantes.

Adaptabilidade e autonomia serão cada vez mais essenciais 

E quais seriam elas? Segundo a pesquisa, principalmente as chamadas “soft skills”, ou seja, as competências socioemocionais. Adaptabilidade, comunicação, autonomia, criatividade, empatia. São exatamente essas as habilidades que Harari crava em seu livro, e que serão ainda mais essenciais em 2050. “Muitos especialistas em pedagogia alegam que as escolas deveriam passar a ensinar os ‘quatro Cs’ – pensamento crítico, comunicação, colaboração e criatividade”, compartilha Harari na página 323 de 21 lições para o século 21. “Num sentido mais amplo, as escolas deveriam minimizar as habilidades técnicas e enfatizar habilidades para propósitos genéricos da vida”, completa.

O conhecimento básico em matemática, que desenvolvemos no curso mais conhecido do Kumon, também é considerado uma habilidade essencial para o futuro – do lado das “hard skills”. Mas o Kumon proporciona muito mais do que a capacidade de fazer contas e operações matemáticas. O desenvolvimento da autonomia e da adaptabilidade, duas das soft skills mais importantes para os profissionais do futuro, são parte fundamental do Método Kumon. Seu objetivo é desenvolver as habilidades dos alunos ao máximo limite, formando assim pessoas capazes de enfrentar desafios, tomar decisões e contribuir para a sociedade.

Walter Longo, especialista em inovação e transformação digital, citou durante uma entrevista para um veículo de imprensa, que uma pesquisa nos USA concluiu que os jovens americanos de hoje possuem 40% menos extensão vocabular que um jovem da High School na década de 50. E, com baixo vocabulário, é muito difícil trabalhar com Inteligência Artificial, pois para explorar essa ferramenta é necessário escrever um “prompt” com riqueza vocabular para poder receber uma resposta mais precisa.

Cristiano Kruel, em uma de suas palestras que assisti há cerca de três meses, citou que uma das profissões do futuro será a de ‘prompter’ e que uma das principais habilidades necessárias nesse profissional é a capacidade de se expressar na forma escrita.

O método Kumon de Português (Língua Pátria) e Inglês inclui inúmeros textos de obras literárias, levando os alunos a lerem muito e sobre diversos temas, formando bons leitores. A leitura recorrente aumenta significativamente o conhecimento de palavras em ambos os idiomas, enriquecendo assim o vocabulário dos alunos. “Como os textos e livros que os alunos leem são de diferentes temas, isso cria uma ampla janela para a vida”, como cita Isabel Calderón, em sua palestra “La importância de la lectura para la primera infância”, no TED x Bogotá.

Não sabemos quais profissões os nossos alunos atuais terão ao chegarem na idade adulta, mas temos certeza de que o Kumon os ajudará a terem as habilidades e competências que serão necessárias lá em 2040, 2050 e além!

Imagem: Envato



(*) Julio Segala
. Atua no franchising há 29 anos, graduado em Engenharia Elétrica, Matemática e Física, Mestre em Engenharia, Pós-Graduado em Gestão de Negócios, atualmente Vice-presidente de Operações no Kumon América do Sul, membro dos comitês de Micro franquias & Novos Modelos e Educação da ABF e instrutor dos programas de capacitação da ABF.