Design
Shoppings se tornam centros de colaboração entre marcas e lojistas
Para especialista, shoppings precisam ser hubs de marcas que trabalhem juntas, oferecendo experiências diferenciadas
Nos últimos anos, mudanças significativas no comportamento de consumo vem exigindo uma nova abordagem por parte das empresas de shopping centers e dos lojistas. A relação de locação de espaços entre as partes deve evoluir para um conceito de marketing estratégico, envolvendo a colaboração entre administradores de empreendimentos e comerciantes. Isso implica em um trabalho mais focado em parcerias e ações para atender às novas demandas dos clientes, em vez de uma simples relação entre locador e locatário.
De acordo com o arquiteto Júlio Takano, fundador e CEO da Kawahara Takano Retailing, especializada em arquitetura de negócios e ecossistemas de varejo, os shoppings precisam se transformar em “hubs” de marcas, estabelecendo parcerias, ações e eventos conjuntos, em vez de operarem de forma isolada. Essa transformação pode começar pelas empresas de shopping, mas os lojistas também podem apresentar sugestões e soluções para essa nova realidade.
Takano, em entrevista ao Diário do Comércio, ressalta que os próximos anos serão desafiadores para o varejo, o que já pode ser observado pelos problemas financeiros enfrentados por redes tradicionais no país. Grandes empresas têm relatado prejuízos, dívidas enormes e fechamento de lojas. Diante desse cenário, as empresas precisam prestar mais atenção à área financeira e à governança, e a conexão entre as companhias pode ser de grande ajuda para superar esses momentos difíceis.
O arquiteto destaca que muitos lojistas ainda acreditam que conseguem tocar um negócio de forma isolada, realizando ações e vendas sem preocupação com outros aspectos. No entanto, é necessário um olhar mais amplo e estruturado, com governança, para resgatar os negócios e posicionar as marcas adequadamente.
Takano argumenta que o consumidor está buscando um consumo mais consciente e sustentável, preferindo produtos de qualidade em vez de descartáveis. As lojas que não acompanharem essas mudanças de comportamento e não se adaptarem ao fluxo de caixa podem enfrentar dificuldades e fechamento. No entanto, ele vê uma oportunidade exponencial para aqueles que se adaptarem e readequarem seus produtos e serviços para atender às demandas dos clientes.
Para Takano, as empresas do futuro devem aspirar a se tornar o terceiro lugar na vida das pessoas, após a moradia e o trabalho. Esse lugar deve oferecer prazer e uma experiência satisfatória ao consumidor do futuro. Ele enfatiza que esse processo de transformação é fundamental para construir o posicionamento de uma empresa ou marca, atraindo clientes que desejam desfrutar de momentos agradáveis em seu espaço.
Imagem: Freepik