Connect with us

Eventos

Tendências globais que estão moldando o varejo

Andrea Bell, da WGSN, destaca as 6 principais tendências globais que vão impactar o futuro do varejo

Published

on

Tendências Globais para o Varejo

Uma das palestras mais esperadas da NRF 2024, “Global Forces Shaping the Retail Business Landscape”, com Andrea Bell, VP de Consumer Insights da WGSN, aconteceu na manhã desta terça-feira, 16. A especialista discutiu uma variedade de tendências globais, desde as mudanças demográficas até as tecnologias emergentes.

Veja a seguir quais foram as 6 tendências apontadas por Bell durante o evento, destacando o impacto delas para o setor varejista.

Tendências globais para o varejo

Global forces shaping the retail business landscape | NRF BIG’s SHOW | Andrea Bell

Envelhecimento populacional e redefinição de família

O envelhecimento populacional emergiu com uma força significativa, com países enfrentando realidades demográficas distintas. No cenário asiático, por exemplo, estima-se que até 2035, cerca de 30% da população terá 60 anos ou mais. Essa mudança redefine as necessidades do mercado e também cria oportunidades para produtos relacionados à saúde, bem-estar e novos estilos de vida.

Enquanto isso, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, observa-se um fenômeno peculiar: 48% dos jovens entre 18 e 29 anos estão optando por morar com seus pais, moldando os padrões de consumo e também a dinâmica social. Varejistas são desafiados a adaptar estratégias para atender a esse novo perfil de cliente, focando em fidelidade de marca e considerando o impacto de decisões nos lares multigeracionais.

A tendência de adiar a paternidade também está se tornando global, com a Geração Z liderando esse movimento. Consequentemente, surgem oportunidades para inovações em produtos e serviços relacionados à fertilidade e planejamento familiar.

Tecnologia intencional e dilemas éticos

A adoção da inteligência artificial (IA) e a ascensão dos “humanos virtuais” estão ganhando força no varejo. Enquanto 42% dos especialistas em IA nos EUA expressam empolgação e preocupação com a revolução tecnológica, surgem dilemas éticos relacionados à segurança, privacidade e disseminação de desinformação.

Andrea Bell enfatizou que, à medida que entramos em um mundo virtual expandido, a gestão de “humanos virtuais” se tornará uma realidade em setores como entretenimento, educação e até mesmo na área da saúde. Prevê-se que, dentro de 10 anos, a maioria das pessoas estará gerenciando um “humano virtual” em suas equipes.

A crescente indústria de “humanos virtuais”, estimada em 440 bilhões de dólares, apresenta novas oportunidades para marcas e criadores, mas também levanta questões sobre autenticidade e transparência. Empresas como Adobe estão adotando abordagens proativas, rotulando imagens geradas por IA para manter a confiança dos consumidores.

A ascensão da “inteligência de enxame” com a IA traz benefícios coletivos, mas também desafios relacionados à disseminação rápida de desinformação. Diante disso, a responsabilidade das marcas em serem guardiãs da verdade e transparência torna-se essencial para construir lealdade e autenticidade.

Eco-responsabilidade e mudanças climáticas

Com a crise climática avançando para o estado de emergência, a discussão se volta para a responsabilidade ecológica e ESG. Países como a França implementaram decretos anti-desperdício, proibindo varejistas pouco éticos de operar. Essa tendência eco-responsabilidade está impulsionando uma mudança nas prioridades dos consumidores, que agora buscam marcas éticas e sustentáveis.

A recompensa de esforços éticos é evidente, especialmente quando consideramos iniciativas como a “Plastic Bank”, que recompensa financeiramente os indivíduos por reciclar. Essas abordagens abrem oportunidades para marcas construírem lealdade através de recompensas éticas, gerando fidelização.

Tensões geopolíticas e desigualdade econômica

A distribuição desigual de riqueza, evidenciada pelo fato de que 54% da riqueza vai para apenas 1% da população mundial, está gerando questões críticas sobre igualdade. Surgem sociedades de dois níveis, onde alguns crescem exponencialmente enquanto outros são deixados para trás e é indispensável que empresas e marcas adotem abordagens que busquem equidade.

A tensão geopolítica também aparece como uma das tendências globais que vão modificar o varejo, com eleições em 64 países previstas para 2024, prometendo uma transformação significativa na ordem política global até 2026. A necessidade de construir para a igualdade e equidade se torna essencial para empresas que desejam manter uma apelação global.

Consumo polarizado e moral injury

O consumo polarizado surge como uma resposta às crescentes divisões políticas e econômicas. A moral injury, um fenômeno onde os consumidores se afastam de suas crenças devido a circunstâncias econômicas, está se tornando uma preocupação entre os grandes players. “A pesquisa da Bain and Company descobriu que 52% na Índia estão dispostos a comprar produtos sustentáveis, mas eles simplesmente não conseguem encontrar nenhum. De forma semelhante, na África do Sul, 74% dos consumidores disseram que adorariam comprar produtos sustentáveis e ninguém está oferecendo a eles nessa região”, detalha a especialista.

De olho nessas tendências globais, estratégias que reconhecem essa realidade e buscam mitigar a moral injury se tornam essenciais para marcas que buscam autenticidade e conexão com os consumidores.

World-Building

A palestrante finalizou com o conceito de worl-building. Essa construção de um novo mundo se dá com a criatividade, que está em toda parte, e as empresas precisam se conectar com uma gama diversificada de talentos e perspectivas para estimular a inovação. Ela enfatizou que a criatividade floresce quando diferentes culturas, origens e pensamentos se unem para abordar desafios e oportunidades.

À medida que essas tendências globais moldam o cenário dos negócios no varejo, a chave para o sucesso reside na adaptação ágil e na construção de estratégias inclusivas e éticas. Andrea Bell ressalta que as empresas que abraçam a transparência, responsabilidade e a criação de experiências centradas no cliente emergirão como líderes no setor, moldando um caminho para a sustentabilidade e relevância duradouras.

*José Fugice – Delegação Goakira Omnibiz para Central do Varejo

A missão NRF 2024 é uma realização da Goakira Omnibiz, com co-realização da Wake e apoio estratégico da TOTVS e TecBan.

Imagens: José Fugice