Tipos de turnover, suas causas e quais são as consequências que trazem para a empresa

Um dos maiores problemas compartilhados pelos gestores de empresas de todos os setores é o turnover, ou seja, a quantidade de desligamentos de funcionários em um determinado espaço de tempo. Calculado de maneira relativamente simples, o índice de turnover pode apontar, por exemplo, se a sua seleção de candidatos está sendo feita de uma forma eficaz ou não.

Ter uma alta taxa de turnover prejudica o orçamento financeiro da empresa, devido aos gastos com processos demissionais e, também, admissionais – já que é necessário abrir novos processos seletivos, anunciar essas novas vagas abertas, realizar novos treinamentos, tudo isso com bastante custo envolvido.

Trocando em miúdos: imagine que você abra uma nova filial da sua loja, dê início a um extenso processo seletivo e contrate 20 novos vendedores. Depois de um mês de treinamento diário e mais um mês de trabalho, restaram apenas 13 desses funcionários. Consegue imaginar o tamanho do problema? Mas o que pode levar a isso?

Existem tipos diferentes de turnover e cada um deles acende um sinal de alerta para os gestores. São eles:

Turnover voluntário

Acontece quando é o próprio funcionário que decide pedir demissão da empresa. Algumas das causas são: oferta de emprego melhor de outra empresa, descontentamento com o ambiente de trabalho atual, inexistência de um plano de carreira que apresentasse uma perspectiva de crescimento dentro da empresa.

Nessa modalidade, é possível identificar que a empresa não possui um plano para retenção de talentos, como um ambiente favorável à promoção dos seus colaboradores, por exemplo.

Turnover involuntário

Nesse caso, ocorre o inverso: é a própria empresa que demite o seu funcionário. E isso pode ocorrer por inúmeros fatores, tais como: comportamento inadequado do colaborador, necessidade de diminuir o orçamento da empresa, desempenho insatisfatório do profissional, entre outros inúmeros motivos.

Se o número de demissões estiver superando o de contratações em um determinado período, cuidado! A sua empresa, provavelmente, está com falhas no processo de seleção e recrutamento.

Turnover funcional

Ocorre quando o próprio funcionário solicita o seu desligamento por não estar satisfeito com o seu desempenho. Esse tipo de turnover pode indicar problemas em processos internos, com gargalos que dificultam a eficiência de setores interdependentes.

Turnover disfuncional

Nessa modalidade, o funcionário, que apresenta um bom desempenho, decide encerrar o vínculo com a empresa, sem nenhum motivo aparente. O trabalho do gestor nesse caso é o de analisar criticamente todo o cenário para se chegar até a causa do pedido de demissão.

Muitos são os fatores que levam ao turnover e nenhuma empresa está imune a isso. Estamos convivendo com várias gerações, com diferentes características e objetivos, trabalhando juntas. A geração Z, por exemplo, preza pelo pertencimento. Ela quer fazer parte da empresa, que precisa ter os valores alinhados aos seus, ela quer ser ouvida. Além disso, almeja por um plano de carreira. Diferentemente das gerações anteriores, que buscavam por um ambiente seguro, inclusive em termos psicológicos.

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Por isso, atente-se não somente ao que sua vaga está exigindo de hard skills e soft skills, mas também à diversidade e complexidades comportamentais dos seus colaboradores. Esses cuidados já são um bom começo para você evitar altos índices de turnover em seu negócio. Lembre-se: muitas vezes é o funcionário quem demite a empresa, e não o contrário.

Imagem: Envato

*Flavia Mardegan é especialista em vendas, atendimento ao cliente, negociação, reestruturação empresarial e planejamento estratégico comercial, bem como em treinamento e desenvolvimento de competências e habilidades de equipes comerciais e técnicas com mais de 28 anos de atuação e 22.000 pessoas impactadas com seu trabalho. É fundadora e CEO da Mardegan Transformation and Results, consultoria focada em ajudar empreendedores e gestores a aumentarem os seus resultados comerciais.