Economia

Varejistas americanas discutem impacto de tarifas com governo em reunião “construtiva”

Publicado

on

Close em bandeira dos Estados Unidos; Tarifas

Executivos de Walmart, Target e Home Depot foram nesta semana à Casa Branca para discutir tarifas e, segundo os três varejistas, a conversa foi construtiva.

“Tivemos uma reunião produtiva com o presidente Trump e com nossos pares do varejo para discutir os próximos passos em relação ao comércio, e continuamos comprometidos em oferecer valor aos consumidores americanos”, afirmou por e‑mail Jim Joice, porta‑voz da Target.

O encontro ocorreu enquanto os varejistas ainda trabalham com estoques anteriores às tarifas. Alguns já encaram os impostos como um “imposto de fim de ano”, já que muitos deles incidirão primeiro sobre mercadorias que chegam às prateleiras para a temporada de volta às aulas, Halloween e feriados do quarto trimestre.

A reunião de segunda‑feira foi a ação de maior visibilidade do setor até agora sobre as tarifas em constante mudança, envolvendo apenas essas três empresas. A Federação Nacional do Varejo (NRF) não respondeu de imediato se já se reuniu ou pretende se reunir com membros do governo.

Para Charlie Skuba, professor emérito da McDonough School of Business da Universidade de Georgetown, é positivo ver empresas dialogando diretamente com o presidente, e não apenas por meio de entidades setoriais.

“Ele precisa ouvir das empresas que vendem produtos do dia a dia aos consumidores americanos e entender, com elas, os efeitos das tarifas anunciadas ou potenciais”, disse Skuba por e‑mail. “O presidente precisa conhecer a realidade de suprimento, importação e estoque, e as difíceis decisões que os varejistas tomam para minimizar o impacto sobre os preços ao consumidor mantendo suas margens.”

Posição oficial da NRF

Em seu site, a NRF afirma estar “comprometida a trabalhar com o presidente Trump e sua administração” e que tarifas são “apenas uma das ferramentas disponíveis”. Mas a entidade critica vários aspectos da política comercial:

“As tarifas ‘recíprocas’ abrangentes anunciadas pelo governo não podem — e não devem — ser implementadas sem consulta e supervisão do Congresso”, diz a nota. “Pedimos aos parlamentares que trabalhem com a Casa Branca nos próximos 90 dias para reduzir essas tarifas e buscar uma política comercial clara e consistente que coloque empresas, trabalhadores e consumidores americanos em primeiro lugar — e não em último.”

Executivo acalmam investidores — mas admitem incerteza

Em suas últimas teleconferências de resultados, executivos de várias varejistas listadas em bolsa tentaram tranquilizar investidores quanto ao impacto das tarifas, destacando a diversidade de suas cadeias de suprimento e o histórico de lidar com tarifas no primeiro governo Trump. Muitos, porém, reconhecem a incerteza e a possível necessidade de elevar preços.

O próprio Trump, no Salão Oval, reconheceu que as diversas tarifas sobre importações chinesas — que somam 145% — são “muito altas” e dificultam o comércio:

“Quando você adiciona isso ao preço de um produto, muitos desses produtos simplesmente não vão vender”, disse a repórteres, acrescentando que essas tarifas não foram reduzidas.

Varejistas prometem segurar preços

Walmart e Target prometeram trabalhar para manter preços baixos mesmo com o aumento de custos. No início do mês, o Walmart disse que esses esforços devem ajudá‑lo a ganhar participação de mercado, mas podem pressionar margens. Nesta quinta‑feira, a Target reiterou seu compromisso com o valor.

A incerteza continua: o porta‑voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, desmentiu relatos de que EUA e China estariam chegando a um acordo.

“Nada disso é verdade. Até onde sei, China e EUA não estão em nenhuma consulta ou negociação sobre tarifas, muito menos chegando a um acordo”, afirmou, segundo transcrição oficial. “Esta guerra tarifária foi iniciada pelos EUA. A posição da China é consistente e clara: lutaremos, se for preciso. Nossas portas estão abertas, se os EUA quiserem conversar. Diálogo e negociação devem basear‑se em igualdade, respeito e benefício mútuo.”

Imagem: Envato
Informações: Daphne Howland para Retail Dive
Tradução livre: Central do Varejo

Continue Reading
Comente aqui

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *