Economia
Varejo fatura um trilhão em 2022; confira top 5 do ranking da SBVC
Levantamento da maior entidade do setor é divulgado e mostra crescimento dos supermercadistas
A Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), entidade representante do setor do varejo no Brasil, divulgou no último dia 15 a nona edição de seu ranking das 300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro. Esse levantamento, que reúne dados coletados durante o ano de 2022 e representa 49% do varejo restrito do país, chega à conclusão de que o segmento conseguiu se reconstruir e seguir em frente após o momento desafiador causado pela pandemia.
A edição de 2023 do ranking da SBVC também traz um dado inédito: é a primeira vez desde que o estudo começou a ser realizado, em 2015, que a soma do faturamento de todas as principais varejistas do país ultrapassa a marca de R$ 1 trilhão. De acordo com o levantamento, este número corresponde a 10,5% do PIB brasileiro, o que mostra a importância que o setor tem em relação ao desenvolvimento nacional.
Top 5 do varejo se mantém igual
As cinco primeiras posições do ranking da SBVC seguem completamente inalteradas em relação à edição passada. No levantamento deste ano, o Carrefour aparece em primeiro lugar após faturar R$ 108 bilhões, se tornando a única empresa em todo o estudo a chegar à marca de 12 dígitos em vendas.
Além disso, a supermercadista francesa é a que mais cresceu de forma absoluta, com R$ 26,9 bilhões em expansão quando comparado com os dados de 2021 — uma expansão natural, considerando que a empresa adquiriu o Grupo BIG em junho de 2022, negócio que trouxe mais R$ 23 bilhões ao caixa do Carrefour.
Curiosamente, o Carrefour foi a empresa que mais se beneficiou com a popularização do modelo de atacarejos no Brasil. O formato, que consiste numa mistura entre atacado e varejo e costuma oferecer preços mais baixos, é considerado, de acordo com o estudo, o grande responsável pelos bons números das varejistas do setor de supermercados — o Carrefour opera neste mercado com a marca Atacadão.
Em seguida, aparece mais uma empresa que tem o atacarejo como carro-chefe. O Assaí teve R$ 59,7 bilhões de faturamento (31% a mais do que na edição passada do ranking da SBVC), impulsionado pela compra da divisão de hipermercados do Extra, encerrada pelo GPA. Essa incorporação fez com que a empresa aumentasse sua base de lojas em 24%, saindo de 63 para 263 pontos de venda.
A primeira varejista fora do segmento de supermercados a figurar no ranking da SBVC é o Magazine Luiza, aparecendo em terceiro lugar no top 300 de empresas do varejo brasileiro. Apesar do cenário macroeconômico não ter sido favorável para a rede de lojas de departamento em 2022, graças à alta da taxa de juros e ao encarecimento do crédito, o faturamento ainda foi de 5%. E se, por um lado, o levantamento mostra que o Magalu fechou 10% dos seus pontos de venda físicos, os dados também apontam que a empresa resolveu fortalecer sua presença no digital, pois o faturamento total traz cada vez mais vendas em meios eletrônicos, como seu site e seu app, o que levou a rede a se tornar uma das líderes entre os marketplaces brasileiros.
Na posição seguinte do ranking da SBVC vem uma rival direta do Magazine Luiza. A Via, que opera no mercado com as bandeiras Casas Bahia e Ponto, teve um faturamento de R$ 39 bilhões e uma expansão de 2%, em comparação com o ranking divulgado em 2022. Ao contrário do Magalu, a Via expandiu sua base de lojas, embora também venha compartilhando da estratégia da rival em focar no e-commerce e no digital para buscar um maior crescimento.
Completando o top 5 do ranking das varejistas brasileiras, vem a Americanas. Embora a empresa tenha revelado, em janeiro deste ano, uma fraude contábil que causou um rombo de mais de R$ 20 bilhões, a SBVC deixa claro que os dados foram coletados antes do episódio e o faturamento da empresa (R$ 34,4 bilhões) se refere ao ano de 2022. No relatório, a entidade afirma que o acontecimento foi “o grande gatilho de um semestre tenso para todo o varejo, que sem dúvida deixará marcas no mercado.”
O faturamento somado das cinco empresas líderes do varejo brasileiro, de acordo com o ranking da SBVC, chegou a R$ 285,9 bilhões. O levantamento também mostra que esse número corresponde a 27,3% das vendas de todas as 300 maiores varejistas, além de contemplar 10,95% do faturamento total do varejo ampliado nacional (categoria que exclui os segmentos de veículos automotivos e materiais de construção).
Imagem: Envato