Economia
Vendas no varejo ficam estáveis em novembro, pelo segundo mês consecutivo
As vendas da Black Friday e a queda no valor do dólar explicam o resultado no penúltimo mês do ano passado
De acordo com dados divulgados hoje pelo IBGE, em novembro de 2023, as vendas no varejo no Brasil variaram 0,1%, mostrando estabilidade em relação ao mês anterior (quando tinha sido de -0,3%), pelo segundo mês consecutivo. O acumulado do ano passado está, até o momento, em 1,7%, e dos últimos 12 meses de 1,5%.
As vendas no varejo em novembro de 2023, porém, se comparada ao mesmo período do ano anterior, tem um crescimento bem mais expressivo: 2,2%. Além disso, as vendas cresceram em 12 das 27 unidades da federação, com destaque para Espírito Santo (13,3%), Paraíba (1,8%) e Amapá (1,6%).
“O comércio tem uma trajetória de crescimento em 2023, mas sem avanços significativos mês a mês. O setor apresentou uma volatilidade muito baixa com resultados muito próximos de zero. À exceção de janeiro, o restante do ano ou houve estabilidade ou taxas muito baixas”, diz o gerente da pesquisa, Cristiano Santos (Via IBGE).
Entre as oito atividades analisadas pela pesquisa, seis tiveram resultado positivo. São elas: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,6%), móveis e eletrodomésticos (4,5%), tecidos, vestuário e calçados (3%), combustíveis e lubrificantes (1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%).
“A atividade que mais cresceu foi equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, que avançou 18,6%, seguida por móveis e eletrodomésticos (4,5%). Além da Black Friday, o fator, que mais contribuiu para o desempenho de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, foi a depreciação do dólar, que recuou 2,5% em novembro, ajudando as vendas dos produtos de informática”, explica Santos.
Por outro lado, as atividades de venda no varejo que tiveram variação negativa foram: livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,6%).
“A influência de Hiper e Supermercados é muito grande, com peso de 50% no indicador. Não tivemos crescimento nessa atividade nos últimos dois meses, embora o resultado no ano (3,5%) seja positivo. Com o aumento no rendimento real e na ocupação, algumas pessoas podem estar direcionando seu dinheiro para o pagamento de dívidas e evitando o consumo”, completa o gerente da PMC.
Imagem: Envato