E-commerce
Video commerce: o futuro das vendas no varejo

O consumo de vídeos se tornou parte fundamental da experiência de compra online, e no varejo essa tendência vem ganhando força por meio do video commerce. Mais do que um recurso de entretenimento, os vídeos passaram a ocupar um papel estratégico no processo de decisão de compra dos consumidores, oferecendo informações claras, demonstrações práticas e maior proximidade com as marcas.
Segundo relatório da Widde, 93% dos consumidores consideram os vídeos fundamentais para a tomada de decisão de compra, o que evidencia a relevância de uma estratégia baseada em conteúdo audiovisual. Ao mesmo tempo, o estudo mostra que uma má experiência online pode levar 65% dos compradores a desistirem da compra, reforçando que não basta apenas disponibilizar vídeos, mas sim construir uma experiência interativa, fluida e de qualidade.
Nos últimos 12 meses, o Video Commerce movimentou R$ 3,9 bilhões em receita no Brasil, alcançando 2,5 milhões de usuários e acumulando 6,5 milhões de visualizações, dados que demonstram não apenas a consolidação dessa prática, mas também o enorme potencial de crescimento no mercado varejista.
O que é video commerce?
O termo video commerce refere-se à utilização de vídeos como ferramenta de apoio direto às vendas no ambiente digital. Isso inclui desde demonstrações de produtos em gravações curtas até conteúdos mais longos e aprofundados que ajudam o consumidor a entender os benefícios de um item antes de efetivar a compra.
Diferentemente de campanhas meramente publicitárias, o video commerce integra os vídeos de forma estratégica nas páginas de produto, nos marketplaces e até mesmo em aplicativos próprios das marcas. O objetivo é enriquecer a experiência de compra, oferecer informações visuais que vão além da descrição textual e aumentar a taxa de conversão.
As vantagens do video commerce para o varejo
O uso de vídeos para vender produtos online oferece benefícios tanto para os consumidores quanto para os varejistas. Entre os principais, destacam-se:
Melhoria na experiência do cliente
Vídeos proporcionam clareza sobre características e funcionalidades dos produtos. Ao assistir a uma demonstração, o consumidor consegue visualizar detalhes que dificilmente seriam percebidos apenas em descrições ou fotos. Essa experiência interativa reduz inseguranças e fortalece a confiança na compra.
Maior taxa de conversão
Com 93% dos consumidores declarando que vídeos influenciam suas decisões, o impacto nas conversões é direto. Ao reduzir dúvidas, os vídeos diminuem as chances de abandono de carrinho e aumentam a probabilidade de conclusão da compra.
Redução de devoluções
Quando o consumidor entende melhor o produto antes da compra, as chances de insatisfação após a entrega caem consideravelmente. Isso resulta em menores taxas de devolução e menos custos operacionais para o varejista.
Construção de relacionamento com a marca
Os vídeos permitem transmitir a identidade da marca de forma mais próxima e autêntica. Com recursos audiovisuais, é possível criar narrativas, humanizar a comunicação e construir laços de confiança com o público.
Video commerce x Live commerce: quais as diferenças?
Embora os termos sejam frequentemente confundidos, video commerce e live commerce não são sinônimos. O primeiro engloba todo o uso de vídeos no processo de venda online, enquanto o segundo é um formato específico dentro desse universo.
O video commerce pode ser composto por vídeos gravados previamente e integrados ao e-commerce, como tutoriais, reviews ou comparativos de produtos. Já o live commerce envolve transmissões ao vivo, em que o consumidor acompanha em tempo real a apresentação de produtos, interage com os vendedores e pode comprar imediatamente durante a live.
Enquanto o video commerce oferece praticidade e disponibilidade de acesso a qualquer momento, o live commerce explora o senso de urgência e a interatividade em tempo real. Ambos são complementares e podem ser utilizados em conjunto para potencializar os resultados de uma estratégia de vendas digitais.
O impacto no comportamento do consumidor
O crescimento do video commerce reflete mudanças profundas no comportamento de compra. O consumidor atual valoriza não apenas o preço ou a disponibilidade de um produto, mas principalmente a experiência que acompanha o processo de compra.
Segundo a Widde, o fato de 65% dos consumidores desistirem da compra após uma experiência ruim demonstra que as marcas precisam investir em soluções visuais, interativas e intuitivas. O vídeo aparece como uma ferramenta central nesse cenário, reduzindo atritos e oferecendo informações de forma prática e atraente.
Além disso, a geração mais jovem (especialmente Millennials e Gen Z) está ainda mais acostumada ao consumo de conteúdo em vídeo, o que reforça a tendência de expansão do video commerce nos próximos anos. Plataformas como TikTok, Instagram e YouTube já são parte do ecossistema de compra, integrando inspiração, descoberta e conversão em um mesmo fluxo.
Como implementar o video commerce no varejo
A adoção dessa estratégia exige planejamento e consistência. O primeiro passo é entender o perfil do consumidor e mapear quais etapas da jornada podem ser potencializadas pelo uso de vídeos. A partir disso, os varejistas podem investir em diferentes formatos:
-
Vídeos de demonstração de produtos, mostrando usabilidade, funcionalidades e benefícios.
-
Conteúdo educativo, com tutoriais que ajudam o consumidor a extrair o máximo valor do produto.
-
Histórias de clientes reais, trazendo depoimentos que reforçam a credibilidade.
-
Apresentações de marca, destacando valores e diferenciais competitivos.
Outro ponto crucial é a integração dos vídeos à experiência de compra. Eles devem estar disponíveis nas páginas de produto, em canais de mídia social e até em campanhas de e-mail marketing. Além disso, é importante monitorar métricas de engajamento, como tempo médio de visualização e taxa de cliques, para otimizar os conteúdos continuamente.
Video commerce no Brasil: números que comprovam a relevância
No cenário nacional, os dados recentes comprovam o impacto crescente dessa estratégia. O levantamento da Widde revela que, nos últimos 12 meses, o video commerce gerou R$ 3,9 bilhões em receita, alcançou 2,5 milhões de usuários e acumulou 6,5 milhões de visualizações. Esses números mostram não apenas a adoção crescente por parte das empresas, mas também o engajamento efetivo dos consumidores.
Esse resultado demonstra que o mercado brasileiro acompanha a tendência global e que o vídeo já não é apenas um diferencial, mas sim uma exigência do novo consumidor digital. Marcas que investirem desde já nessa estratégia estarão mais preparadas para competir em um ambiente cada vez mais visual e dinâmico.
O futuro do video commerce
A tendência é que o video commerce continue a se expandir, acompanhando a evolução tecnológica e a mudança de hábitos de consumo. A integração de recursos de realidade aumentada, inteligência artificial e personalização promete tornar os vídeos ainda mais relevantes no processo de compra.
Com a popularização das compras em dispositivos móveis e o crescimento do social commerce, os vídeos se consolidam como ponto de convergência entre informação, entretenimento e venda. A tendência é que o consumidor passe a esperar, como padrão, experiências audiovisuais em qualquer processo de compra online.
Conclusão
O video commerce já é uma realidade no varejo brasileiro e mundial, oferecendo vantagens competitivas para marcas que desejam aumentar conversões, reduzir devoluções e criar uma experiência de compra diferenciada. Mais do que uma tendência passageira, trata-se de uma mudança estrutural no modo como consumidores descobrem, avaliam e adquirem produtos.
Com dados que comprovam seu impacto (como os R$ 3,9 bilhões em receita gerados no último ano), fica evidente que investir em estratégias de vídeo deixou de ser opcional. Para os varejistas, o desafio agora é adotar uma abordagem consistente, integrando vídeos em toda a jornada de compra e garantindo experiências positivas que fidelizem o consumidor.
O futuro das vendas digitais é cada vez mais visual, interativo e conectado. E o video commerce está no centro dessa transformação.
Imagem: Freepik