Workation: conheça a tendência que une trabalho e férias

Workation é a junção de duas palavras em inglês, “work” e “vacation”, ou seja, um misto entre férias e trabalho. Essa é mais uma das tendências que o mercado de trabalho tem vivido após as diversas mudanças de perspectivas trazidas pela pandemia. Essa forma de trabalho já é realidade no Brasil, e é usada, inclusive, como benefícios em vagas e em pacotes de viagem.

De maneira resumida, o workation funciona como períodos de trabalho remoto, em que o funcionário pode viajar para lugares paradisíacos – ou nem tanto – desde que esteja de férias ou a passeio. A modalidade permite, por exemplo, que você trabalhe de um café de frente à Torre Eiffel, tome um banhozinho no mar mediterrâneo entre as reuniões de trabalho, ou, ainda, que visite as pirâmides do Egito após o fim do expediente.

A diferença entre essa prática e o nomadismo digital é que, neste, o trabalho é sempre remoto, e o funcionário não tem moradia fixa, sendo uma espécie de mochileiro. Já no workation, o normal é que o funcionário trabalhe na empresa, tenha uma moradia fixa, mas que tenha a possibilidade de fazer uma viagem de vez em quando, enquanto trabalha remotamente, com data de início e fim combinados com a empresa. Várias empresas usam, inclusive, a modalidade como forma de premiação para os funcionários.

O workation promete aumentar a qualidade de vida dos funcionários, promovendo relaxamento, menos stress, e conexão com os objetivos de vida e sonhos pessoais. Por outro lado, há quem problematize a real efetividade das duas coisas: férias e trabalho. É realmente possível trabalhar enquanto se diverte, e é realmente possível se divertir enquanto trabalha? Quais podem ser os prejuízos para o desempenho no trabalho do funcionário que está viajando, e quais podem ser os atrasos para o lazer pessoal ser interrompido pelo trabalho?

Para a especialista em gestão de saúde e felicidade, Chrystina Barros, é fato que precisa haver equilíbrio entre descanso e trabalho, mas o workation não é a solução. “Todo mundo está buscando um ambiente de trabalho onde as pessoas sejam mais produtivas e mais felizes, e elas precisam, de fato, ser mais felizes para serem mais produtivas. Mas não me parece que o workation seja a resposta. A gente pode olhar isso de duas formas: que estou trazendo as férias para o trabalho, e isso fica bonito e romântico, ou que estou levando o trabalho para as minhas férias”, afirma a especialista.

Barros ressalta a importância das férias e do descanso para os trabalhadores, mas que isso precisa ser feito com equilíbrio. “Isso [o workation] é trazer uma discussão rasa e romântica de que pode ser trabalhar com qualidade olhando para o mar. Se a gente não tiver clareza do propósito, e se não houver uso adequado da ferramenta, isso vai se tornar mais um mecanismo para distrair e levar as pessoas à exaustão. E aí vai ser chique sofrer Paris”, termina.

Imagem: Envato