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Operação

4 dicas estratégicas para lançar sua marca no setor de cosméticos

Setor apresenta enorme potencial de crescimento, mas exige uma boa gestão financeira e de estoque

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Cosméticos e produtos de beleza em mesa branca

De acordo com o  levantamento mais recente da TCP Partners, o setor de cosméticos e higiene pessoal deve crescer quase 6% ao ano até 2025 e gera uma receita bruta de R$ 54 bilhões para os fabricantes.  Já segundo a Euromonitor International, o Brasil possui o quarto maior mercado de beleza e cuidados pessoais no mundo, ficando atrás apenas de Estados Unidos, China e Japão. O cenário positivo vem atraindo novos empreendedores interessados em explorar uma fatia deste mercado.

Diante desse contexto, veja quatro dicas importantes para quem quer começar sua marca de cosméticos, e aproveitar as vantagens desse setor:

1. Defina seu nicho no setor de cosméticos

A primeira dica é determinar em qual divisão de mercado de cosméticos a marca será construída, tanto no que diz respeito aos produtos quanto aos clientes. “Existe a possibilidade de ir pelo caminho generalizado, vendendo todo tipo de item para todo tipo de público. Só que, nesse caso, a tendência é que a briga com os concorrentes seja na base do preço mais barato, além do constante aprimoramento dos produtos. Isso exige um fôlego financeiro enorme”, pontua Rodrigo Miranda, CEO da consultoria estratégica VPx Company, empresa de educação executiva e consultoria estratégica para marcas de cosméticos e higiene pessoal.

Ao definir um nicho, a operação e o marketing podem se concentrar no que é mais importante e a marca tem mais chances de crescer. Alguns exemplos são produtos com foco em sustentabilidade, produtos mais econômicos ou mais luxuosos, dermocosméticos (mais voltados para cuidados com a saúde da pele do que necessariamente para a estética), entre outros.

2. Faça uma boa gestão de ciclo financeiro

“É aqui que muitas empresas quebram. O ciclo deste mercado pode ser bem alongado, por conta dos prazos necessários para as indústrias produzirem os produtos. Elas exigem o pagamento adiantado e à vista, já que precisam do material para trabalhar, e podem levar 30, 40 ou 50 dias para entregar. Depois ainda tem o período de venda. É um fluxo extenso e pode ser perigoso se não houver formas de sustentá-lo”, conta Miranda. A dica do especialista é tentar reduzir o número de fornecedores, o que tende a facilitar a negociação de preços prazos ou meios de pagamento mais interessantes, que reduzam o ciclo.

3. Gestão de estoque

Um erro comum das marcas é não definir o estoque médio de cada categoria de produto. Essa deve ser uma política fundamental para garantir a eficiência do estoque, não deixando dinheiro parado nem perdendo oportunidades de vendas e gerando uma ruptura.

“Existem diferentes formas de identificar o que deve ter mais e o que deve ter menos. O sucesso com os clientes é o principal, a maior razão pela qual sua marca é conhecida, mas também vale olhar para margem de lucro, por exemplo. O objetivo é encontrar um equilíbrio: ter mais estoque daquilo que traz valor para o público e para a empresa, e menos estoque de itens de catálogo que não causariam grandes problemas em caso de ruptura”.

4. Gestão de canais de vendas

A última dica poderia ser resumida em uma palavra: calma. “Muitas empresas querem estar em todos os lugares ao mesmo tempo. E-commerce próprio, loja física, vendas por redes sociais, distribuidora, marketplace… A ideia é aumentar o alcance e, sim, isso vai acontecer. Mas não necessariamente vale a pena, se não houver domínio de todos esses canais”, Rodrigo exprime.

Por mais que vários negócios tentem atuar com base na lógica do “quanto mais, melhor”, normalmente não há recursos para fazer com que tudo rode bem. Sem nenhuma especialização, todos os canais ficam defasados de alguma forma — isso porque cada um deles exige competências diversas. Imagine o relacionamento com uma distribuidora e outro com uma farmácia. O modo como cada um funciona é diferente, as negociações são outras, os preços são diferentes, tudo muda. 

O mesmo vale para e-commerce e marketplaces, que possuem taxas variadas, o que impacta no preço. No fim, a marca talvez acabe se canibalizando, com um canal atrapalhando a operação do outro, e o aumento nas vendas pode nem compensar porque a margem de lucro se perde.