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Economia

8 em cada 10 brasileiros estão endividados, diz pesquisa

Estudo mostra que o principal responsável pela inadimplência é cartão de crédito

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mulher gerenciando dívidas; endividados; MEIs; inadimplência das empresas

Um estudo recente realizado pelo Instituto Locomotiva em parceria com a MFM Tecnologia revelou que oito em cada dez famílias no Brasil estão endividadas, e cerca de um terço delas têm dívidas em atraso. Os dados, divulgados no relatório “Raio-x dos Brasileiros em Situação de Inadimplência”, apontam que, embora os índices de brasileiros endividados tenham melhorado desde o auge da pandemia de COVID-19, ainda permanecem em níveis preocupantes.

A pesquisa, conduzida através de 983 entrevistas online entre homens e mulheres de todos os estados do país, buscou entender as razões por trás do não pagamento das contas em dia. Além de identificar a origem das dívidas, o estudo buscou captar as percepções dos brasileiros endividados sobre suas expectativas para quitar os débitos e como a inadimplência afeta suas vidas pessoais, bem como a influência dos círculos sociais em suas decisões financeiras.

Segundo a pesquisa, o cartão de crédito continua sendo a principal fonte de endividamento, representando 60% dos débitos, superando os 56% registrados em 2022. Além disso, lidar com dívidas junto a bancos, financeiras, empréstimos e financiamentos tem sido um desafio para 43% dos brasileiros, um aumento em relação aos 40% do ano anterior.

Outros tipos de dívidas incluem cheque especial (19%), contas de serviços básicos como luz, gás e água (17%), impostos como IPVA e IPTU (15%), despesas com celular (14%) e compras em lojas de departamento (12%).

Os motivos apontados para o endividamento incluem a falta de planejamento financeiro (36%), desemprego (34%), gastos imprevistos com saúde (30%), empréstimo do nome para terceiros fazerem compras ou contratar serviços (16%), compras acima do orçamento (11%) e investimentos malsucedidos (10%).

Em relação ao otimismo em quitar as dívidas, 39% dos entrevistados acreditam que conseguirão, um aumento em relação aos 25% do ano anterior. Estratégias para regularizar a situação financeira incluem economizar dinheiro (60%) e renegociar dívidas (38%).

A pesquisa também destaca que, embora mais pessoas tenham alcançado estabilidade financeira (24% em 2023 contra 20% em 2022), houve uma queda na percepção de que a melhoria na economia do país poderia impactar positivamente a situação financeira pessoal (de 29% para 20%).

Quanto às soluções, a maioria dos entrevistados (59%) acredita que tornar o crédito mais acessível e barato seria crucial, enquanto 56% veem a orientação sobre o gerenciamento financeiro como uma ajuda fundamental. Cerca de 41% consideram que ter acesso a serviços públicos gratuitos, como creches em horário estendido, também seria benéfico para evitar o endividamento.

A pesquisa revela ainda que 23% dos consultados são influenciados por redes sociais para comportamentos que complicam suas finanças, enquanto 10% apontam seus cônjuges como influência nesse sentido.

Sobre o programa Desenrola Brasil, o estudo indica que oito em cada dez endividados consideram a iniciativa importante para ajudar na vida financeira dos brasileiros. No entanto, apenas 17% afirmam conhecer bem o programa, evidenciando a necessidade de melhor divulgação. A renegociação de dívidas por meio do programa é uma possibilidade para 20% dos endividados, sendo que 46% dos que estão certos de que conseguirão pagar suas dívidas pretendem utilizá-lo.

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Imagem: Envato