Primeiro Boletim Focus de 2025 mostra alta nas projeções de Selic e inflação

O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (6) o primeiro boletim Focus de 2025, com as expectativas de economistas do mercado financeiro sobre inflação, juros e crescimento econômico, após consultas a mais de 100 instituições financeiras na última semana.

Inflação

Em 2024, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,90% para 4,89%, ainda acima do teto da meta de inflação de 4,50% para o ano. Apesar de o ano já ter terminado, o dado oficial da inflação de 2024 ainda não foi divulgado.

Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 4,96% para 4,99%, também acima do limite superior de 4,50% previsto no sistema de metas. Para 2026, a expectativa passou de 4,01% para 4,03%.

A partir deste ano, a meta de inflação será de 3%, considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Segundo o BC, a política de juros visa calibrar a inflação para dentro desse intervalo, com impacto esperado de seis a 18 meses na economia.

Taxa de juros

O mercado financeiro ajustou para cima as projeções da taxa básica de juros, a Selic. No final de 2024, o BC elevou a taxa para 12,25% ao ano e sinalizou novos aumentos no início de 2025. A estimativa para o fechamento de 2025 subiu de 14,75% para 15% ao ano. Para o fim de 2026, a projeção foi mantida em 12%. Já para 2027, permaneceu estável em 10% ao ano.

Produto Interno Bruto (PIB)

A previsão do primeiro Boletim Focus de 2025 para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 foi mantida em 3,49%. O aumento ocorreu após a divulgação do PIB do terceiro trimestre pelo IBGE, que registrou expansão de 0,9%, acima das estimativas do mercado financeiro. Para 2025, a projeção de crescimento do PIB subiu de 2,01% para 2,02%.

O PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é utilizado como principal indicador de evolução econômica.

Câmbio

Quanto ao dólar, o mercado financeiro estima que a taxa de câmbio chegue a R$ 6 ao final de 2025, acima da projeção anterior de R$ 5,96. Para o final de 2026, a estimativa permaneceu em R$ 5,90.

Impactos das medidas fiscais

O governo anunciou, em novembro de 2024, medidas para conter gastos, incluindo propostas de aumento menor do salário mínimo, cortes na área de educação, ajustes no abono salarial e na aposentadoria de militares. O pacote foi aprovado pelo Congresso, mas sofreu modificações que reduziram o impacto esperado. Economistas do mercado apontam que os cortes de gastos podem ser ainda menores que o previsto.

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