Retomada do mercado de capitais impulsiona crescimento do setor de consumo na China

A recuperação econômica da China tem sido refletida em um ressurgimento de seu mercado de capitais, com a captação de recursos na Bolsa de Valores de Hong Kong (HKEX) disparando no primeiro semestre de 2025, segundo relatório da McKinsey & Co.

As empresas levantaram US$ 13,7 bilhões (HKD 107,1 bilhões) no período, um salto expressivo em relação aos apenas US$ 1,66 bilhão (HKD 13 bilhões) do mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, a China continental registrou 51 ofertas públicas iniciais (IPOs), que movimentaram RMB 37,3 bilhões, sinalizando uma atividade robusta, embora ainda aquém dos picos de 2021–2022.

As companhias de consumo surgiram como força motriz dessa recuperação do mercado de capitais, refletindo a confiança dos investidores nas perspectivas de consumo da China no médio e longo prazo.

Quatro dos dez maiores IPOs na HKEX em captação no primeiro semestre de 2025 foram de empresas voltadas ao consumo. Entre os destaques estão duas marcas de varejo da China continental: Mixue e Guming.

A Mixue, agora a maior rede de alimentos e bebidas do mundo em número de lojas — com 46.479 unidades, superando McDonald’s e Starbucks — ocupou a quinta posição em valores captados em IPOs na HKEX no período. A rede já opera quase 4.900 pontos de venda no exterior, marcando uma rápida expansão global.

A Guming, popular rede de chás, ficou em oitavo lugar entre os dez maiores IPOs.

Os recursos levantados nesses IPOs devem apoiar a inovação em produtos, além do crescimento doméstico e internacional.

A atividade de private equity e venture capital também disparou no segundo trimestre de 2025, atingindo 228 bilhões de renminbi — mais que o dobro do trimestre anterior e o maior volume trimestral desde o quarto trimestre de 2022.

Esse número seria ainda maior se considerados os acordos recentemente anunciados envolvendo a gigante chinesa de hipermercados RT Mart e a loja de departamentos de luxo SKP.

Os investidores têm mostrado forte interesse em duas frentes: redes de varejo intensivas em ativos e cadeias de restaurantes de serviço rápido que buscam parceiros estratégicos para otimizar custos, introduzir formatos inovadores de loja e expandir para cidades menores e mercados internacionais; e marcas globais apoiadas por fundos chineses de private equity, com o objetivo de acelerar a expansão pela China e pela Ásia.

Cases de sucesso como o da Amer Sports, que construiu uma marca global mirando a crescente classe média chinesa, servem como modelo.

Investidores chineses de private equity estão cada vez mais buscando oportunidades no Sudeste Asiático e na Europa, procurando empresas que possam se beneficiar da tecnologia e da inovação chinesas.

Imagem: Ayala/Pexels
Informações: Retail Asia
Tradução livre: Central do Varejo