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Fluxo no varejo cai em julho, aponta IPV

O Índice de Performance de Varejo (IPV) de julho de 2025, elaborado pela HiPartners, registrou queda no fluxo de visitas nas lojas físicas em relação ao mesmo período do ano anterior. O levantamento indica retração de 13% no fluxo nas lojas de shoppings e de 8% em lojas de rua. O faturamento nacional avançou apenas 0,3%, sinalizando estagnação após meses de desempenho instável.
A análise regional mostra que o Sul apresentou o pior resultado no faturamento, com queda de 9%. O Centro-Oeste e o Nordeste tiveram crescimento de 5% cada. Já o Norte destacou-se com alta de 32,5% no fluxo de visitas, embora tenha registrado leve retração de 0,6% no faturamento.
No recorte setorial, móveis e eletrodomésticos lideraram com crescimento de 10%, seguidos por outros artigos de uso pessoal e doméstico, que avançaram 5%. O segmento de farmácia, perfumaria e cosméticos caiu 0,6%.
O ticket médio nacional subiu 4,5%, com destaque para o Centro-Oeste (7%) e o Sul (5,9%). O movimento indica que, apesar de menos visitas, os consumidores têm feito compras de maior valor por transação. O dado acompanha a Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, que mostrou retração de 3% no varejo ampliado, o menor volume desde dezembro de 2023.
Segundo Henrique Carbonell, sócio-fundador da F360, empresa responsável pelos dados de faturamento e vendas do índice, o cenário reflete o comportamento atual dos consumidores. “Os dados do IPV reforçam o que temos acompanhado de perto no dia a dia do nosso negócio: o varejo físico enfrenta um momento crítico, no qual cada decisão financeira pesa no resultado final. Mais do que nunca, é a eficiência na gestão que separa os negócios que conseguem crescer daqueles que apenas sobrevivem, mesmo em um cenário adverso. Em redes e franquias varejistas, os desafios são ainda maiores: manter padrão de operação, controlar custos e garantir rentabilidade com margens apertadas, direcionamentos que exigem um nível de gestão muito mais estratégico. Hoje, crescer com segurança passa, necessariamente, por controle financeiro e tecnologia embarcada na operação”, afirmou.
A HiPartners avalia que a transformação digital vem se consolidando como eixo central para sustentar os resultados diante da estagnação do consumo. “O consumo permanece condicionado ao cenário econômico e à ausência de grandes datas promocionais. Nesse contexto, a tecnologia deixa de ser acessório e passa a ser core, funcionando como instrumento essencial para preservar margens, otimizar eficiência operacional e ativar novas fontes de receita no ponto de venda. O grande diferencial está em transformar dados em inteligência, aproximando gestão e experiência de consumo, e criando alavancas reais de crescimento para quem está no chão de loja”, disse Flávia Pini, sócia da HiPartners.
Imagem: Envato