Inovação
QR Code deve ser substituto mais completo para o código de barras
Responsável pela padronização de códigos de barra, GS1 projeta que QR Code deve predominar no mercado por reunir mais informações
A evolução do código de barras para o QR Code deve representar uma significativa melhoria em termos de informações e funcionalidades para o varejo. Enquanto os códigos de barras convencionais conseguem armazenar uma quantidade bastante limitada de informações, geralmente restrita à identificação do produto, o QR Code é capaz de fornecer uma gama muito maior de dados.
“É possível colocar data de validade, lote, além de fornecer experiências para o consumidor, já que ele não consegue escanear o código de barra com o celular”, explica em entrevista exclusiva à Central do Varejo Matheus Quadros, assessor de Educação da GS1 Brasil, associação sem fins lucrativos que desenvolve e mantém padrões globais para comunicação empresarial.
Com o crescente acesso da população aos smartphones e à internet, o QR Code já está presente em grande parte das embalagens de produtos, com foco tanto em aspectos comerciais quanto de marketing. Agora, a GS1 traz ao mercado braslieiro uma padronização de estrutura de URL, batizada GS1 Digital Link, que permite que o QR Code contenha não apenas o número de identificação do produto, mas também informações como data de validade, lote e outras especificações.
Assim, com essa integração de sistemas, a comunicação entre produtores, varejistas e consumidores torna-se mais eficiente. Por exemplo, ao escanear o QR Code no ponto de venda, é possível bloquear a venda de produtos próximos à data de validade, facilitando a identificação de itens prestes a vencer e agilizando a retirada desses produtos das prateleiras.
Além disso, as balanças utilizadas nos estabelecimentos comerciais também estão sendo atualizadas para incluir o QR Code.. “Com isso será possível obter informações como data de fabricação e validade diretamente ao pesar um produto, como queijos ou bandejas de alimentos”, relata Matheus.
O QR Code apresenta vantagens tecnológicas em relação ao código de barras convencional, sendo mais fácil de ser lido e oferecendo maior resistência a danos, como umidade ou perda parcial de dados. Enquanto um código de barras pode se tornar inválido ao perder apenas uma das barras, o QR Code é capaz de recuperar a informação mesmo em caso de danos parciais.
A crescente adoção do QR Code no varejo deve, ainda, ampliar as possibilidade de áreas como marketing e interação com o cliente. É importante ressaltar que, no caso de leitores que não conseguem ler o QR Code, existe a opção de digitar manualmente o número do código, assim como acontece com o código de barras. Essa possibilidade está padronizada e é prevista nos guias de uso do QR Code.
No futuro, com a migração para o uso predominante do QR Code, é provável que o código de barras seja gradualmente substituído. Nesse caso, será necessário adotar a prática de inserir o número de identificação do produto tanto abaixo do código de barras quanto do QR Code, evitando duplicações de informações. Essa transição está em curso e, em alguns anos, espera-se que o QR Code se torne a principal forma de identificação e rastreamento de produtos nas embalagens.
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