Economia

Mulheres recebem 21% menos que homens em empresas com 100 ou mais funcionários

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O 4º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revela que mulheres ainda recebem 21,2% menos que homens nas 54.041 empresas com 100 ou mais funcionários no Brasil.  O relatório, divulgado nesta segunda-feira (3), tem base na Lei da Igualdade Salarial (Lei 14.611/2023), que torna obrigatória a igualdade salarial e de critérios remuneratórios em empresas.

Segundo os dados divulgados pelo MTE, a média salarial das mulheres no Brasil é de R$3.908,76, enquanto a dos homens é de R$4.958,43. Se considerarmos critérios de raça, a desigualdade salarial se intensifica. Mulheres negras (pretas e pardas) ganham 53,3% menos que homens não negros, com uma média salarial de R$ 2.986,50 para elas, e de R$ 6.391,94 para eles.

Para chegar nos resultados, foram analisados 19.423.144 vínculos trabalhistas, sendo 41,1% de mulheres e 58,9% de homens. Os dados foram apresentados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) pelas empresas, entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro de 2025.

Desde que o relatório passou a ser divulgado — há dois anos — a diferença salarial gira em torno de 20%, sem grandes mudanças. “É preciso que as empresas avancem na construção de planos de ação que promovam a igualdade salarial entre homens e mulheres. Precisamos acelerar esse processo”, disse Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE.

Os estados com maior desigualdade salarial média são, respectivamente: Paraná (28,5%), Rio de Janeiro (28,5%), Santa Catarina (27,9%), Mato Grosso (27,9%) e Espírito Santo (26,9%). Já os menores índices estão no Piauí (7,2%), Amapá (8,9%), Acre (9,1%), Distrito Federal (9,3%), Ceará (9,9%) e Pernambuco (10,4%).

Presença no mercado de trabalho

Entre 2023 e 2025, a proporção de mulheres ocupadas passou de 40% para 41,1% (o que significa, em números, 7,2 milhões para 8 milhões de mulheres ocupadas). Esse aumento também é corroborado pelo IBGE: segundo a PNAD Contínua, entre 2016 e 2025, as mulheres ocupadas passaram de 37,9 milhões para 44,6 milhões (com aumento de 6,7 milhões), enquanto homens passaram de 51,9 milhões para 57,7 milhões (um aumento mais sutil, de 5,8 milhões).

Apesar disso, as mulheres entram nas empresas, muitas vezes, em cargos de entrada, enquanto os homens alcançam cargos com maior remuneração. Segundo o relatório, se o rendimento feminino acompanhasse o aumento de presença no mercado de trabalho, R$ 92,7 bilhões entrariam na economia brasileira.

Imagem: Pexels

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