Franchising
Franquias crescem 10,8% em 12 meses, aponta ABF
O mercado de franquias brasileiro registrou crescimento nominal de 10,8% no acumulado dos últimos 12 meses e de 9,1% no terceiro trimestre de 2025, segundo a Pesquisa Trimestral de Desempenho da Associação Brasileira de Franchising (ABF). O período analisado combinou fatores macroeconômicos positivos, como menor inflação, alta taxa de emprego e melhora nos índices de confiança, e elementos negativos, como juros elevados e restrição de crédito. De acordo com a entidade, o desempenho também foi impulsionado pela demanda por serviços, pelo interesse dos consumidores em lazer, entretenimento e turismo e pelos ajustes operacionais adotados pelas redes.

O faturamento do setor passou de R$ 264,874 bilhões para R$ 293,535 bilhões nos últimos 12 meses. No terceiro trimestre, o faturamento somou R$ 76,607 bilhões. A ABF afirma que o franchising brasileiro, presente em 126 países, segue gerando emprego, renda e impulsionando o empreendedorismo assistido.
Leia também: Números e tendências do franchising para 2026
“O sistema de franquias alia inovação, capacidade de adaptação em cenários adversos e força coletiva, o que está refletido nesse crescimento do terceiro trimestre deste ano. Crescemos acima da média do varejo e mantivemos nossa trajetória de longo prazo, apoiada em ganhos de eficiência na gestão, no fortalecimento das operações existentes e na capacidade de entregar valor ao consumidor”, afirma Tom Moreira Leite, presidente da ABF.

Emprego e expansão
Segundo a pesquisa, as redes de franquias empregam diretamente 1,747 milhão de pessoas. O desempenho do setor no terceiro trimestre está alinhado ao estudo do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) e da Datrix, que mostra percepção positiva das franquias entre os consumidores. De acordo com o levantamento, 78% dos entrevistados têm visão favorável do modelo e a nota média atribuída ao setor é 7,8, em escala de 0 a 10.
Entre os aspectos mais reconhecidos estão geração de empregos (79%), contribuição ao desenvolvimento econômico (90%) e apoio a pequenos empreendedores (87%). O estudo também aponta que 61% dos brasileiros confiam mais em produtos e serviços de marcas franqueadas e que 93% relatam satisfação com suas experiências de consumo. O levantamento conclui que o setor atua como um “motor de desenvolvimento econômico e social”.
A expansão das redes também avançou no trimestre. O saldo final registrou 4.644 novas operações em relação ao terceiro trimestre de 2024, totalizando 200.152 unidades em funcionamento no país.
Desempenho por segmento
Os 12 segmentos do franchising cresceram no terceiro trimestre. Limpeza e Conservação teve o maior avanço, de 14,5%, impulsionado por mudanças no padrão habitacional, maior contratação de serviços especializados e alteração no comportamento do consumidor.
Saúde, Beleza e Bem-Estar registrou aumento de 13,1%, refletindo maior poder aquisitivo, ampliação da massa salarial e ritmo mais flexível de rotina, fatores que favoreceram o acesso a serviços de estética, cuidado e prevenção. Alimentação – Comércio e Distribuição cresceu 12,7%, influenciado pela desinflação, pela recomposição parcial da renda e pelo aumento da circulação de pessoas com o retorno ao trabalho presencial.
Os segmentos de Entretenimento e Lazer avançaram 11,8%, enquanto Hotelaria e Turismo cresceram 9,1%.
Para Tom Moreira Leite, “o bom desempenho de todos os segmentos do franchising comprova a abrangência e a consistência do mercado de franquias nacional como um todo. E os segmentos que mais cresceram traduzem mudanças estruturais no comportamento do consumidor brasileiro”.
Projeções
Com base nos resultados até setembro, a ABF projeta crescimento entre 8% e 10% no faturamento do setor em 2025, além de expansão de cerca de 2% nos indicadores de operações, redes e empregos diretos.
“O setor encerra o terceiro trimestre de 2025 com resultados sólidos, confiança fortalecida e perspectivas positivas para 2026. Apesar do enfraquecimento da atividade econômica brasileira e da manutenção de juros elevados, que dificultam investimentos e reduzem o apetite ao risco, o franchising mostrou vitalidade e capacidade de crescimento consistente. Permanecem no radar fatores internos, como o risco de aumento da inadimplência e a desaceleração do PIB, e externos, como as incertezas no campo internacional”, conclui Tom Moreira Leite.
Imagens: Envato e Divulgação
