Economia
Kabum: Fundadores querem anular negócio com Magazine Luiza
Leandro e Thiago Ramos, fundadores da empresa, recorrem na Câmara do Comércio Brasil-Canadá
O litígio em torno da aquisição do e-commerce especializado em tecnologia, Kabum!, pelo Magazine Luíza atingiu um novo estágio com os fundadores do site, Leandro e Thiago Ramos, recorrendo à Câmara de Comércio Brasil-Canadá para acionar um processo de arbitragem contra a varejista, buscando desfazer o negócio bilionário, segundo matéria do Money Times. A controvérsia teve início em fevereiro, quando os irmãos Ramos entraram com uma ação judicial solicitando a produção antecipada de provas contra o Itaú BBA, o banco de investimentos responsável pelo processo de venda do e-commerce. Eles acusaram o banco e o executivo responsável pelas fusões e aquisições, Ubiratan Machado, de terem favorecido o Magazine Luiza no processo.
Os irmãos apresentaram opções que vão desde a anulação do acordo de venda do site até a busca de indenização por parte do Magalu, visando garantir os valores iniciais negociados, que giravam em torno de R$3,5 bilhões. O Itaú BBA respondeu às acusações alegando que todas são inverídicas e afirmou que o processo de venda foi conduzido de forma competitiva, transparente e diligente ao longo de mais de 18 meses, com a participação de mais de 20 potenciais compradores, nacionais e estrangeiros.
A venda do Kabum! para o Magalu foi concretizada em julho de 2021 por R$ 1 bilhão à vista em dinheiro, com a possibilidade de chegar a R$ 3,5 bilhões, incluindo parcelas em ações da varejista na Bolsa, dependendo do desempenho do faturamento da empresa nos anos seguintes. Os irmãos Ramos ainda têm a receber cerca de 125 milhões de ações para alcançar o montante de R$ 2,5 bilhões da venda do site.
No entanto, o descontentamento dos fundadores começou com a queda acentuada no valor das ações do Magalu na Bolsa de Valores em menos de seis meses, devido a diversos fatores macroeconômicos e problemas no setor de varejo. O valor estimado da aquisição despencou de R$3,5 bilhões para R$1,5 bilhão, considerando o preço das ações no mercado de capitais à época da primeira movimentação judicial.
Em uma troca de mensagens entre os irmãos e o assessor do Itaú BBA, Thiago expressou a esperança de que as ações do Magalu se valorizassem, chegando a R$40, o que aumentaria o valor final da compra do Kabum!. O embate legal entre as partes continuará com a arbitragem acionada pelos fundadores do e-commerce, enquanto o desfecho dessa disputa bilionária ainda está em aberto.Nenhuma das empresas se pronunciou até o momento
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