Economia
Impactos da mudança climática na economia
Eventos climáticos extremos têm progredido mais rápido que especialistas previam, e causam grandes impactos econômicos
Na última semana de inverno no Brasil, o Inmet anunciou onda de calor grave, com até 5° acima da média. Em alguns lugares do país, temperaturas de até 45° podem ser observadas. Ao mesmo tempo, dois ciclones seguidos atingiram o Rio Grande do Sul, causando destruição, e atingindo mais de 300 mil pessoas, com quase 50 mortes. Especialistas dizem que a mudança climática é resultado do aquecimento global, observado mais rápido que o previsto. Também, o fenômeno El Niño intensifica a temperatura global, piorando a situação.
Segundo o Economista Ambiental Marcos Godoy, os desastres naturais mais frequentes atingem a economia de duas formas: “Pelo dano imediato que eles causam à população, pelos dias perdidos de trabalho, de atividade econômica que não se recuperam, e isso tem um impacto no PIB. Depois, pelo dano as estruturas mesmo, destruição dos maquinários das empresas, dos bens que as pessoas têm em casa, por exemplo carros, e isso sem falar na morte das pessoas.”
Agropecuária
Atualmente, 25% do PIB brasileiro é proveniente da agropecuária, o que torna o Brasil um dos países mais vulneráveis à mudança climática. Essas atividades são diretamente dependentes do equilíbrio climático. Segundo um trabalho publicado pela revista World Development, são mais de 3,5 bilhões de dólares perdidos pela indústria da soja por causa do calor intenso. Além disso, um estudo publicado na Revista Nature estima que o gasto seja de US$ 1 bilhão a mais na agropecuária por causa dos danos do desmatamento.
“Você também tem duas coisas. A perda de rendimento por hectare que já é vista e as quebras de safra, que devem se tornar mais frequentes por causa desses eventos extremos como secas prolongadas ou uma chuva fora de época que mata a plantação, etc”, aplica Godoy.
Para Godoy, não é possível pensar em desenvolvimento econômico em detrimento da preservação ambiental. “O desenvolvimento tem que ser integrado e já pensado desde o começo para se basear em energias limpas e tecnologias de baixo impacto. A gente vai cada vez mais se afundando nesse problema das mudanças climáticas. Porque quanto mais a gente emite mais a gente destrói e vai ter um ponto em que o ser humano perderia a capacidade de continuar destruindo, porque ele vai estar rodeado de desastres.”
Imagem: Envato