Economia
Apagão em São Paulo causa prejuízo bilionário
Na última sexta-feira, 11, a cidade de São Paulo (SP) e região metropolitana sofreu com um apagão na energia elétrica, causado por uma tempestade no início da noite. O temporal teve ventos com mais de 100 km/h, causando sete mortes e falta de energia em 2 milhões de imóveis. Com diversos estragos no sistema elétrico da cidade, na tarde desta quarta-feira, 16, ainda eram mais de 90 mil imóveis sem luz, completando o quinto dia de apagão.
Diante do ocorrido, a Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia em São Paulo, afirmou estar fazendo o máximo possível para resolver os problemas. Porém, diversas ocorrências foram registradas para pressionar a empresa a apresentar uma solução mais rápida. No domingo, 13, o Ministério de Minas e Energia determinou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em conjunto com a Enel elaborassem um plano de ações emergenciais para restabelecimento da energia elétrica em São Paulo.
O apagão não foi o primeiro — já foram três em menos de um ano. Em novembro de 2023 e março de 2024 outras ocorrências deixaram São Paulo sem energia elétrica, causando diversas perdas, e resultando em processos administrativos contra a Enel.
As perdas com o apagão deste outubro já somaram pelo menos R$ 1,82 bilhão, de acordo com estimativa da Fecomércio. Somente o varejo paulistano perdeu R$ 589 milhões nos dias em que foi obrigado a ficar sem funcionar, e o setor de serviços já soma R$ 1,23 bilhão em perdas. Porém, especialistas afirmam que esse número pode ser ainda maior, uma vez que diversos produtos, principalmente perecíveis, podem ter sido perdidos.
De acordo com o analista de energia da Equus Capital, Pedro Coletta, os serviços oferecidos pela Enel pioraram ao longo do tempo. Apesar de o número de ocorrências não ter apresentado grande variação em relação a 2018, o tempo médio de preparo das equipes para resolver emergências dobrou de 4 para quase 9, enquanto o tempo de execução e deslocamento se mantiveram estáveis, indicando que a equipe da Enel pode ser insuficiente para atender situações críticas.
“O caso do apagão em São Paulo expõe a necessidade de maior fiscalização e investimento na infraestrutura da Enel para garantir que os recursos oriundos das tarifas mais altas sejam efetivamente utilizados para melhorar o atendimento e reduzir o impacto de eventos climáticos na rede elétrica”, afirma Coletta.
Imagem: São Paulo – SP, 18/03/2024. Comerciantes e restaurantes sem energia na Alameda Barros. Foto: Paulo Pinto/ Agência Brasil