Economia
Após dois anos de alta, confiança do consumidor volta à neutralidade
Com redução de 3% em relação a março, Índice Nacional de Confiança acumulou a terceira queda mensal consecutiva ao longo de 2023
O Índice Nacional de Confiança (INC) teve queda para 100 pontos em abril, redução de 3,0% em relação a março. É a terceira queda mensal consecutiva do INC, trazendo a confiança do consumidor de volta para o campo da neutralidade, interrompendo a tendência crescente iniciada em maio de 2021. Já na comparação com o mesmo mês do ano passado, o índice teve alta de 9,9%.
A pesquisa INC – ACSP/PiniOn foi realizada com uma amostra de 1.700 famílias residentes em capitais e cidades do interior. A diminuição do INC ocorreu nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, enquanto no Centro-Oeste e Sul houve aumento e estabilidade, respectivamente.
A redução da confiança foi generalizada em todas as classes sociais, e a piora da percepção das famílias se aprofundou em relação à sua situação financeira atual, com diminuição na segurança no emprego. As expectativas positivas sobre a situação financeira futura das famílias e as evoluções do país e da região de moradia apresentaram recuo mais expressivo em relação a março.
O economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), Ulisses Ruiz de Gamboa, explica que a deterioração da percepção sobre a situação atual e o menor otimismo em relação ao futuro refletiu na queda da proporção de entrevistados interessados em comprar itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão, ou mesmo realizar investimentos.
Segundo o economista, a tendência decrescente se deve à continuidade da desaceleração da atividade, reduzindo a geração de empregos, além da inflação ainda elevada, que corrói a renda das famílias. A queda na confiança do consumidor pode ter impacto negativo na economia, com uma possível redução do consumo e investimentos, o que pode afetar o crescimento do país.
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