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Atacarejos avançam no Brasil, mas encontram dificuldade no exterior
Segundo a consultoria Nielsen, as vendas desse tipo de comércio cresceram 18% no Brasil em 2020, contra 1,2% do varejo tradicional
O setor de varejo vem se transformando nos últimos anos e uma das mudanças mais notáveis é o crescimento dos atacarejos, que une características de atacado e varejo em um único estabelecimento. De acordo com dados da consultoria Nielsen, as vendas desse tipo de comércio cresceram 18% no Brasil em 2020, enquanto o faturamento do varejo como um todo subiu apenas 1,2%. Essa expansão pode ser explicada pelo fato de que os consumidores estão cada vez mais buscando economizar sem abrir mão da qualidade.
O sucesso do atacarejo também se deve à ampla variedade de produtos oferecidos e à praticidade de encontrar tudo o que se precisa em um só lugar. Além disso, muitas lojas têm adotado um modelo de vendas que valoriza a experiência do cliente, com espaços de convivência, eventos e a possibilidade de provar os produtos antes de comprá-los. Essa estratégia tem atraído um público cada vez mais amplo, que vai desde as famílias que buscam economia até os consumidores mais exigentes, que procuram por produtos diferenciados.
No entanto, apesar do bom momento, o modelo atacarejo enfrenta desafios, como a concorrência com o e-commerce e a necessidade de se adaptar às mudanças no comportamento do consumidor. Para se manterem competitivas, as lojas precisam investir em tecnologia e inovação, além de continuar oferecendo um mix de produtos que atenda às necessidades dos clientes. O atacarejo é uma tendência que veio para ficar e deve continuar sendo um dos principais motores de crescimento do varejo brasileiro nos próximos anos.
O modelo atacarejo tem ganhado espaço no Brasil, mas nem todos os países vem sendo tão receptivos a esse formato de comércio. Na França, por exemplo, o Atacadão, que pertence ao grupo Carrefour, tem enfrentado dificuldades para se estabelecer. Os atacarejos não são uma novidade no país, mas os consumidores franceses têm preferido outros formatos de lojas, como os hipermercados e os supermercados.
A rejeição aos atacarejos na França pode ser explicada por diversos fatores, como a cultura local de fazer compras em lojas menores e mais especializadas, além das regulamentações rígidas que limitam a expansão de grandes redes. Por fim, os consumidores franceses valorizam muito a qualidade dos produtos e a experiência de compra, o que pode não ser tão facilmente alcançado em uma loja de grande porte.
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