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Economia

Brasil não é mais um dos dez mercados mais atrativos para CEOs

É a primeira vez na década em que o país sai do top 10, porém, maioria dos países também recuou; o motivo apontado são as guerras ao redor do mundo

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Dois CEOs - um negro e um branco - conversam segurando uma placa de vidro com mapa mundi em azul

De acordo com a pesquisa “Global CEO Survey”, realizada pelo PricewaterhouseCoopers (PwC) e apresentada no Fórum Econômico Mundial nesta segunda-feira, o Brasil não está mais entre os top 10 melhores países para CEOs do mundo. Essa é a primeira vez em dez anos em que o país não fica nesse ranking, o que é um grande marco negativo.

Agora, o Brasil está na 14ª posição, e apenas 3% dos CEOs entrevistados – entre 4700 deles – citaram o país como um local estratégico para expansão de negócios. Vale ressaltar que, desde 2014, quando o Brasil ficou na 4ª posição, ele vem caindo quase numa constante até o momento.

Gráfico em barras que mostra atratividade do Brasil para CEOs aos longo dos últimos 10 anos

Imagem: “Global CEO Survey”, PricewaterhouseCoopers (PwC)

O top 10 países mais atrativos para CEOs do mundo segundo a PwC são:

  • 1º) Estados Unidos
  • 2º) China
  • 3º) Alemanha
  • 4º) Reino Unido
  • 5º) Índia
  • 6º) França
  • 7º) Canadá
  • 8º) Japão
  • 9º) Austrália
  • 10º) México

Porém, o Brasil não foi o único a cair no ranking. Os Estados Unidos foram o país que mais perdeu atratividade para os CEOs, regredindo 11 pontos percentuais – em 2023, 40% dos líderes citaram o país; em 2024, apenas 29%. Também, China, Alemanha, Reino Unido, Índia e Austrália tiveram resultados menores que no ano passado.

Isso pode ser explicado, segundo o sócio-presidente da PwC Brasil, Marco Castro, pelo fato de o mundo estar em um momento de conflitos. “Os países que não estão nessas regiões são maduros ou sem grandes oportunidades para os investidores”, diz ele (via Revista Exame).

Porém, Castro destaca que o Brasil ainda é um país muito relevante internacionalmente, “Temos uma profunda crença no potencial do país como player importante na transição para uma economia verde e em áreas como produção de alimentos e transição energética, alternativa clara no realinhamento das cadeias produtivas e  investimentos em infraestrutura”.

Em relação a onde os CEOs brasileiros pretendem investir, o cenário também mudou. O país vive um movimento de despriorizar Estados Unidos e China, e valorizar parceiros latinoamericanos e a Índia, estabelecendo conexões mais fortes e independentes com outros países. 

Brasileiros estão mais otimistas

A pesquisa também revela que os CEOs brasileiros estão mais otimistas com o mercado que os demais. Entre os líderes do país, 55% deles acredita que o PIB nacional vai melhorar nos próximos 12 meses, enquanto a média mundial é de 44%. Somente China (59%) e Índia (86%) têm mais otimismo sobre a economia interna que o Brasil. Quando falamos de crescimento da economia global, 36% dos CEOs acredita que haverá melhoras.

Imagem: Envato