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Economia

Casas Bahia anuncia plano de recuperação extrajudicial

Dívidas da empresa ultrapassam a marca de R$ 4 bi

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Loja da Casas Bahia, que entrou em recuperação extrajudicial

A Casas Bahia anunciou, neste domingo (28), o fechamento de um acordo de recuperação extrajudicial que visa a renegociação de R$ 4,1 bilhões em dívidas. O reperfilamento da dívida bancária da gigante do varejo brasileiro prevê a proteção de R$ 1,5 bilhão de seu caixa ao longo deste ano.

Este acordo inédito de recuperação extrajudicial foi possível pela concordância dos principais credores, principalmente Bradesco e Banco do Brasil, que detêm aproximadamente 67% do endividamento. A previsão é que a aprovação ocorra em um prazo de sete dias, com a emissão da nova debênture sujeita a um prazo de 30 dias como medida de proteção contra potenciais impugnações.

Como resultado desta negociação, o prazo médio de amortização da dívida foi ampliado de 22 meses para 72 meses. Mais ainda, o custo médio, anteriormente CDI + 2,7%, foi reduzido em 1,5 ponto percentual, estabelecendo-se agora em CDI + 1,2%. Esta economia proporcionada pelo reperfilamento é estimada em R$ 400 milhões ao longo do período.

Este acordo apresenta-se como uma solução definitiva para a preocupante questão do desembolso anual enfrentado pela Casas Bahia. O CEO da empresa, Renato Franklin, compartilhou ao portal NeoFeed que, antes dessa negociação, a empresa deparava-se com um obstáculo financeiro de cerca de R$ 1 bilhão por ano, o que não apenas restringia suas operações, mas também desviava o foco do desenvolvimento operacional.

O plano agora firmado tem o objetivo garantir estabilidade e espaço para operações futuras da Casas Bahia, possibilitando um alívio financeiro considerável e permitindo que a empresa concentre-se em suas metas estratégicas e operacionais. Franklin expressou sua confiança, afirmando que “agora, vamos focar na operação”.

Este reperfilamento da dívida abrange especificamente as séries 6, 7, 8 e 9 de debêntures, bem como as Cédulas de Crédito Bancário (CCB) emitidas por Bradesco e Banco do Brasil. Este endividamento será consolidado em uma nova debênture, composta por duas séries, totalizando R$ 4,1 bilhões.

É importante mencionar que os credores das séries mencionadas serão alocados em duas categorias distintas, com 37% destinados à série 1, que oferecerá um retorno de CDI + 1,5%, e os restantes 63% na série 2, com retorno de CDI + 1%. Além disso, os juros e o principal da segunda série serão pagos no vencimento em novembro de 2030.

Bradesco e Banco do Brasil, detentores da maior parte da dívida da varejista, também entrarão como credores na nova debênture, com a possibilidade de converter a dívida em equity em um prazo de 18 a 36 meses, desfrutando de um desconto de 20% no preço médio das ações em uma janela de negociação de 90 dias.

Embora esta renegociação tenha um foco estrito nos credores financeiros e não impacte fornecedores e seguradoras, a Casas Bahia prevê ganhos significativos em termos de flexibilidade e liquidez financeira. Renato Franklin enfatizou que “colocamos 80% da dívida para 2030”.

O que é recuperação extrajudicial?

A recuperação extrajudicial é um procedimento que permite que uma empresa em dificuldades financeiras negocie acordos diretamente com seus credores para reestruturar suas dívidas, só depois recorrendo ao Judiciário.

Nessa abordagem, a empresa conta com o auxílio de consultores financeiros e advogados para propor condições diferenciadas aos credores, como prazos estendidos, juros reduzidos ou até descontos ao valor da dívida. Esse processo é menos custoso à imagem da companhia do que recuperação judicial ou pedido de falência.

Loja da Casas Bahia, que entrou em recuperação extrajudicial

Imagem: Reprodução/Grupo Casas Bahia